Notícia

Medicamento para saúde óssea reduz câncer e doenças cardíacas em mulheres idosas

Fonte

Universidade de Auckland

Data

sábado, 9 novembro 2019 14:25

Áreas

Estudo Clínico. Oncologia. Saúde da Mulher.

Pesquisadores da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, dizem que os benefícios inesperados do zoledronato, se confirmados por estudos adicionais, podem ser tão significativos para a saúde e bem-estar das mulheres idosas quanto a ação de prevenção de fraturas da droga.

Metade das mulheres tem pelo menos uma fratura após a menopausa, e 80% dessas fraturas ocorrem em mulheres com osteopenia, uma forma de perda óssea menos grave, porém mais comum que a osteoporose. Uma em cada seis mulheres terá osteopenia aos 55 anos, saltando para metade de todas as mulheres aos 75 anos.

O zoledronato, um bifosfonato de ação prolongada, é comumente prescrito para osteoporose. O medicamento trabalha nas células chamadas osteoclastos, que se tornam hiperativas após a menopausa, causando um aumento na taxa de perda óssea. Pesquisas anteriores haviam mostrado que o zoledronato previne fraturas em mulheres com osteoporose. Mas os pesquisadores da Universidade de Auckland queriam ver se isso também impedia fraturas em mulheres com osteopenia.

O professor Dr. Ian Reid e a Dra. Anne Horne realizaram um estudo clínico de seis anos, em dupla ocultação, com 2.000 mulheres com 65 anos ou mais com osteopenia. Metade recebeu quatro infusões de zoledronato em intervalos de 18 meses, a outra metade recebeu infusões inativas. As principais descobertas do estudo, publicadas no final do ano passado na revista científica New England Journal of Medicine, representam um divisor de águas na prevenção de fraturas: indicar zoledronato a mulheres mais velhas com osteopenia reduziu as fraturas entre 35 e 50%, dependendo do tipo de fratura. Em última análise, também interrompeu a progressão para a osteoporose. Essa descoberta já levou a uma repensar global sobre como prevenir fraturas em mulheres mais velhas.

Inesperadamente, a análise também revelou que tomar zoledronato reduzia as chances de as mulheres terem um ataque cardíaco ou contrair câncer em cerca de um terço. Os pesquisadores aprofundaram essas descobertas e publicaram um novo artigo em outubro na revista científica Journal of Bone and Mineral Research.

Segundo a Dra. Horne, pesquisadora da Faculdade de Medicina da Universidade de Auckland, “sabemos que alguns tipos de câncer se espalham até os ossos no início de seu curso; portanto, o zoledronato que reveste os ossos pode impedir que essas células cancerígenas se liguem aos ossos e se estabeleçam lá. Também achamos que o zoledronato pode se ligar ao cálcio nas paredes dos vasos sanguíneos, estabilizando-o e impedindo a progressão dos danos na parede arterial, para que as pessoas sofram menos ataques cardíacos. ”

“Esses efeitos extras do zoledronato, se confirmados por pesquisas futuras, podem ter um impacto tão grande – ou até maior – na saúde das mulheres mais velhas quanto a prevenção de fraturas. Agora precisamos de estudos projetados especificamente para testá-los”, conclui o professor Reid.

Acesse o artigo científico completo publicado na revista New England Journal of Medicine (em inglês).

Acesse o resumo do artigo científico da revista Journal of Bone and Mineral Research (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Auckland (em inglês).

Fonte: Nicola Shepheard, Universidade de Auckland. Imagem: Freepik.

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