Notícia
Minicérebro derivado de humanos está em fase de conclusão e pode ajudar no tratamento de doenças cerebrais
Pesquisadores da Universidade de Helsinque estão cultivando um minicérebro a partir de células-tronco humanas, contendo os tipos de células mais importantes do cérebro humano
Pixabay
Fonte
Universidade de Helsinque
Data
segunda-feira, 21 junho 2021 06:20
Áreas
Células-tronco. Desenvolvimento de Fármacos. Neurociências.
O custo anual do tratamento de doenças cerebrais é na Europa é de cerca de € 798 bilhões (cerca de R$ 4,8 trilhões), e globalmente estima-se que atinja valores na casa de € 3 trilhões (R$ 18 trilhões, aproximadamente). Além disso, mais de 90% de novos possíveis medicamentos para doenças cerebrais falham durante o processo de desenvolvimento. Uma das principais razões para isso é que não existem bons modelos pré-clínicos disponíveis, uma vez que os modelos animais não correspondem bem ao modelo cerebral humanos.
Pesquisadores da Universidade de Helsinque, na Finlândia, estão desenvolvendo um novo tipo de solução técnica para tornar possível testar drogas em modelos que se adaptam melhor aos humanos. A nova solução, chamada Living Human Brain (LHB), permite a cultura de organoides do cérebro derivados de humanos, também conhecidos como minicérebros, a partir de células de qualquer indivíduo.
Na prática, essa solução técnica permite estudar medicamentos antes de passar para ensaios clínicos de alto custo, em uma plataforma que modela o cérebro humano. Além disso, espera-se que a solução ofereça ajuda significativa no tratamento medicamentoso de doenças cerebrais. Segundo o professor Dr. Jari Koistinaho, que comanda o grupo de pesquisa, os hospitais poderiam utilizar a técnica em terapias personalizadas, pois ela possibilita a criação de minicérebros específicos para um determinado paciente.
Pela primeira vez, a solução incorpora todos os tipos de células-chave encontrados no cérebro humano, incluindo células nervosas, células gliais, células do sistema imunológico e células que formam os vasos sanguíneos.
“O LHB é um tecido cerebral derivado inteiramente de humanos, que pode ser cultivado em uma placa de cultura em um laboratório e que pode ser usado para modelar a fisiologia do cérebro de qualquer pessoa. Como matéria-prima, utilizamos células humanas, que podem ser coletadas, por exemplo, de uma amostra de sangue ou de pele. Para começar, transformamos as células em células-tronco, depois as usamos para desenvolver minicérebros. O minicérebro também pode ser transplantado para o cérebro de um roedor vivo, onde amadurece ainda mais e permite pesquisas de alta resolução no cérebro humano como parte de um organismo vivo de mamífero”, explicou o Dr. Koistinaho.
Ajuda no tratamento de doenças cerebrais e redução de custos
Nos últimos anos, a base de competência associada a soluções técnicas baseadas em células-tronco foi aprimorada na Universidade de Helsinque e na Universidade do Leste da Finlândia para a prevenção de doenças cerebrais. O LHB também é uma solução técnica baseada em células-tronco. A nova solução ajuda a melhorar o processo terapêutico das doenças cerebrais, ao mesmo tempo que reduz custos.
“A solução LHB pode acelerar a identificação de terapias medicamentosas personalizadas adequadas para pacientes individuais em até dez vezes”, disse o professor Koistinaho.
Aliviar a carga de custos no desenvolvimento de medicamentos é outra grande oportunidade. Com a ajuda da nova solução LHB, os custos poderiam ser reduzidos significativamente testando candidatas a drogas em tecido cerebral derivado de humanos já no estágio pré-clínico, juntamente com testes em animais.
“Entre outras coisas, nossa solução pode reduzir o número de ensaios clínicos em cerca de 30%”, concluiu o Dr. Jari Koistinaho.
Acesse a notícia completa na página da Universidade de Helsinque (em inglês).
Fonte: Universidade de Helsinque. Imagem: Pixabay.
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