Notícia
Nova classe de medicamento reduz em 30% o risco de morte para pacientes com câncer de bexiga
Resultados de ensaio clínico de fase III conduzido no Reino Unido mostram que novo tipo de medicamento ajuda a direcionar a quimioterapia diretamente para as células cancerosas
Wikimedia Commons
Fonte
Universidade Queen Mary de Londres
Data
quinta-feira, 18 fevereiro 2021 19:20
Áreas
Desenvolvimento de Fármacos. Oncologia.
Um novo tipo de medicamento que ajuda a direcionar a quimioterapia diretamente para as células cancerosas pode aumentar significativamente a sobrevida de pacientes com a forma mais comum de câncer de bexiga, de acordo com os resultados de um ensaio clínico de fase III conduzido no Reino Unido pela Universidade Queen Mary de Londres e pelo Barts Health NHS Trust.
Os resultados foram publicados na revista científica New England Journal of Medicine e apresentados na edição de 2021 do American Society of Clinical Oncology’s Genitourinary Cancer Symposium.
O câncer urotelial é o tipo mais comum de câncer de bexiga (responde por cerca de 90% dos casos) e também pode ser encontrado na pelve renal (onde a urina se acumula dentro do rim), no ureter (tubo que conecta os rins à bexiga) e na uretra. Globalmente, aproximadamente 549.000 novos casos de câncer de bexiga e 200.000 mortes são relatados anualmente.
Um dos tratamentos mais usados para esse tipo de câncer é a quimioterapia, que atua direcionada a todas as células do corpo, agindo com sucesso sobre as células cancerosas, mas também afetando as células não cancerosas e causando efeitos colaterais.
Uma nova classe de drogas conhecida como “conjugados anticorpo-droga” (ADC) funciona por ter um anticorpo ligado a uma droga semelhante à quimioterapia. O anticorpo tem como alvo e se liga especificamente às células cancerosas, trazendo consigo a droga semelhante à quimioterapia, permitindo que atue apenas sobre as células cancerosas e ignore as células normais do corpo.
O estudo envolveu 608 pacientes em 19 países e testou um novo medicamento (ADC enfortumab vedotin), desenvolvido pelas farmacêuticas Astellas Pharma e Seagen, em pacientes adultos com câncer urotelial localmente avançado ou metastático que foram previamente tratados com quimioterapia à base de platina e imunoterapia com medicamento denominado inibidor PD-1/L1. Os pesquisadores descobriram que:
- O risco de morte foi 30% menor com o novo medicamento do que com a quimioterapia, com uma sobrevida média de aproximadamente 13 meses com o novo medicamento;
- A sobrevida livre de progressão mediana, que é o tempo sem progressão do câncer, foi de 5,6 meses para o novo medicamento vs. 3,7 meses para a quimioterapia;
- A taxa de resposta geral (a porcentagem de pacientes com resposta completa ou parcial) foi de 40,6% vs. 17,9& dos pacientes com quimioterapia;
- Os efeitos colaterais da droga foram controláveis e, em geral, semelhantes aos da quimioterapia.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade Queen Mary de Londres (em inglês).
Fonte: Universidade Queen Mary de Londres. Imagem: Wikimedia Commons.
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