Notícia

Nova descoberta sobre bactéria pode levar a melhores tratamentos para pessoas com fibrose cística

Equipe descobriu que, depois de serem atacadas por macrófagos, essas bactérias podem sobreviver dentro das células usando um complexo proteico especializado

Dr. Rodney M. Donlan e Dra. Janice Haney Carr, CDC via Wikimedia Commons

Fonte

Universidade Queen's em Belfast

Data

sexta-feira, 8 setembro 2023 18:20

Áreas

Bacteriologia. Biologia. Biotecnologia. Desenvolvimento de Fármacos. Doenças Pulmonares. Imunologia. Microbiologia.

Uma nova pesquisa liderada pela Universidade Queen’s em Belfast, no Reino Unido, fez um avanço no campo da Microbiologia, o que poderá levar ao desenvolvimento de novos tratamentos para pessoas com sistema imunológico comprometido, como aquelas com fibrose cística. As descobertas foram publicadas na revista científica Cell Reports.

O professor Dr. Miguel Valvano, catedrático de Microbiologia e Doenças Infecciosas do Instituto Wellcome-Wolfson de Medicina Experimental (WWIEM) da Universidade Queen’s em Belfast e pesquisador principal do estudo, explicou: “A bactéria Achromobacter pode causar infecções crônicas e potencialmente graves. No entanto, até agora, a forma como esta bactéria oportunista interage com o sistema imunitário humano tem sido pouco compreendida. Essas bactérias resistem à ação de múltiplos antibióticos; portanto, a infecção por esses microrganismos é muito difícil de tratar por terapias convencionais, especialmente em pessoas que vivem com fibrose cística ou outras condições imunocomprometidas, como pacientes em quimioterapia”.

A pesquisa foi liderada por cientistas do grupo de pesquisa do professor Valvano no WWIEM. A equipe de pesquisa incluiu a Dra. Keren Turton, Hannah Parks e Paulina Zarodkiewicz, e foi conduzida em colaboração com a Dra. Rebecca Coll e a Dra. Rebecca Ingram, também no WWIEM, e com a Dra. Clare Bryant, professora da Universidade de Cambridge.

A equipe descobriu que, depois de serem atacadas pelas células imunológicas do corpo (macrófagos), essas bactérias podem sobreviver dentro das células usando um complexo proteico especializado (chamado sistema de secreção tipo III) para implantar moléculas que induzem a morte das células imunológicas. A autodestruição das células do sistema imunológico soa um alarme que resulta no recrutamento de outras células do sistema imunológico para combater os invasores.

No entanto, as células imunológicas deficientes em dois dos sensores de inflamação, chamados NLRC4 e NLRP3, não morrem, sugerindo que estes dois sensores são necessários para o reconhecimento do agente patogênico.

Os investigadores observaram que a infecção por Achromobacter provoca danos na estrutura pulmonar e doenças graves se a via secretora especializada estiver funcional, mas não se as bactérias transportarem mutações no sistema de secreção.

Isto demonstra que o alarme de autodestruição dos macrófagos é desencadeado pela via do sistema secretor tipo III, mas que esta resposta inflamatória é insuficiente para o sistema imunológico derrotar as bactérias.

A próxima etapa da pesquisa é determinar quais outras proteínas de virulência estão no arsenal da Achromobacter, ajudando-o a sobreviver e a invadir outros tipos de células do corpo. O sistema de secreção tipo III ou outras proteínas podem ser úteis para o desenvolvimento de novos tratamentos.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Queen’s em Belfast (em inglês).

Fonte: Sian Devlin, Universidade Queen’s em Belfast. Imagem: Achromobacter xylosoxidans. Fonte: Dr. Rodney M. Donlan e Dra. Janice Haney Carr, CDC via Wikimedia Commons.

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