Notícia

Novo curativo pode acelerar cicatrização de feridas

Solução foi inspirada no desenvolvimento de embriões, cuja pele é capaz de se curar completamente, sem formar tecido cicatricial

Divulgação, Universidade McGill

Fonte

Universidade McGill

Data

quarta-feira, 31 julho 2019 14:10

Áreas

Dermatologia. Nanotecnologia.

Cortes, arranhões, bolhas, queimaduras, lascas e perfurações – há várias maneiras de ferir a pele. A maioria dos tratamentos para feridas cutâneas envolve simplesmente colocar uma barreira sobre elas para manter a umidade, limitar a dor e reduzir a exposição a micróbios infecciosos, mas isso não ajuda ativamente no processo de cicatrização. Nos últimos anos, curativos mais sofisticados que podem monitorar aspectos da cicatrização, como pH e temperatura, e administrar terapias no local da ferida foram desenvolvidos, mas são complexos de fabricar, caros e difíceis de personalizar, limitando seu potencial de uso generalizado.

Uma nova abordagem escalonável para acelerar a cicatrização de feridas foi desenvolvida com base em hidrogéis sensíveis ao calor que são mecanicamente ativos, elásticos, resistentes, altamente adesivos e antimicrobianos: são os chamados curativos adesivos ativos (AADs, da sigla em inglês). Criados por pesquisadores do Instituto Wyss para Engenharia Biologicamente Inspirada, da Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas (SEAS, da sigla em inglês) – ambos da Universidade Harvard, nos Estados Unidos – e da Universidade McGill, no Canadá, os AADs podem cicatrizar feridas significativamente mais rápido que outros métodos e prevenir o crescimento bacteriano sem a necessidade de qualquer recurso ou estímulo adicional. Os resultados da pesquisa foram apresentados na revista científica Science Advances.

“Esta tecnologia tem o potencial de ser usada não só para ferimentos na pele, mas também para feridas crônicas como úlceras diabéticas e úlceras de pressão, para entrega de medicamentos e como componentes de terapias baseadas em robótica”, disse o autor Dr. David Mooney, do Instituto Wyss e da SEAS.

Inspirado em embriões em desenvolvimento

Os AADs se inspiram no desenvolvimento de embriões, cuja pele é capaz de se curar completamente, sem formar tecido cicatricial. Para conseguir isso, as células embrionárias da pele ao redor de uma ferida produzem fibras feitas da proteína actina que se contrai para unir as bordas da ferida. As células da pele perdem essa capacidade uma vez que o feto se desenvolve após uma certa idade, e quaisquer lesões que ocorram após esse ponto podem causar inflamação durante o processo de cicatrização.

A fim de imitar as forças contráteis que fecham as feridas embrionárias, os pesquisadores ampliaram o design dos resistentes hidrogéis adesivos, adicionando um polímero termorresistente conhecido como PNIPAm, que repele a água e encolhe a cerca de 32 °C. O hidrogel híbrido resultante começa a contrair quando exposto à temperatura corporal e transmitir a força do componente PNIPAm contraído ao tecido subjacente através de fortes ligações entre o hidrogel de alginato e o tecido. Além disso, as nanopartículas de prata são incorporadas no curativo para fornecer proteção antimicrobiana.

“O novo curativo ficou adesivo à pele de porco com mais de dez vezes a força adesiva de um Band-Aid® e impediu o crescimento de bactérias, portanto esta tecnologia já é significativamente melhor do que os produtos de proteção de ferimentos mais usados, mesmo antes de considerar suas propriedades de fechamento da ferida”, ressaltou o Dr. Benjamin Freedman, pós-doutorando envolvido no projeto.

Fechando feridas mais rapidamente

Para testar a eficácia dos adesivos na cicatrização de feridas, os pesquisadores testaram em patches de pele em camundongos e descobriram que houve redução do tamanho da área da ferida em cerca de 45% comparado a quase nenhuma mudança na área das amostras não tratadas, e cicatrizou as feridas mais rápido que outros tratamentos, incluindo microgéis, quitosana, gelatina e outros tipos de hidrogéis. O novo curativo também não causou inflamação ou respostas imunes, indicando que é seguro para uso em tecidos vivos.

“Este é outro exemplo maravilhoso de uma mecanoterapia na qual novos insights sobre o papel chave que as forças físicas desempenham no controle biológico podem ser aproveitados para desenvolver uma abordagem terapêutica nova e mais simples que pode ser ainda mais eficaz do que drogas ou dispositivos médicos complexos”,  concluiu o Diretor Fundador do Instituto Wyss, Dr. Donald Ingber, que também é professor de Biologia Vascular na Escola Médica de Harvard e no Programa de Biologia Vascular do Hospital Infantil de Boston, e também professor de Bioengenharia na Escola de Engenharia de Harvard.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade McGill (em inglês).

Fonte: Universidade McGill. Imagem: Divulgação, Universidade McGill.

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