Notícia
Novo exame de sangue pode mostrar avaliação “geral” da saúde
Estudo de prova de conceito foi publicado no início de dezembro na revista científica Nature Medicine
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Fonte
Universidade da Califórnia em São Francisco
Data
quarta-feira, 11 dezembro 2019 11:40
Áreas
Biomarcadores. Diagnóstico. Biomedicina.
A coleta de sangue é um primeiro passo padrão para quase qualquer diagnóstico médico – se seu médico está preocupado com a anemia, doença renal ou diabetes ou como parte de uma triagem padrão durante a gravidez. A maioria desses testes verifica a falta ou excesso de um fator específico (geralmente uma proteína) no sangue, que atua como uma pista para os médicos sobre um risco potencial à saúde.
Mas e se, em vez de precisar de uma coleta de sangue diferente para cada problema de saúde suspeito, os médicos pudessem solicitar um único exame de sangue que combinasse cem ou mais medidas diferentes para revelar um retrato holístico da sua saúde geral – bem como o risco de uma lista de doenças? Esse teste poderia ser administrado amplamente para informar intervenções individualizadas precoces, projetadas para manter todos saudáveis por mais tempo.
Esse é o sonho do médico Dr. Peter Ganz, professor e pesquisador da Universidade da Califórnia em São Francisco, nos Estados Unidos. O especialista e colegas da empresa SomaLogic Inc., com sede no Colorado, estão desenvolvendo o que chamam de tecnologia de “teste de saúde líquida” – um único exame de sangue capaz de retratar em detalhes a saúde atual e riscos futuros de doenças. A tecnologia usa pequenos fragmentos de DNA e RNA chamados aptâmeros, que são capazes de identificar e medir milhares de proteínas circulantes diferentes de uma pequena amostra de sangue para revelar informações sobre a saúde dos órgãos em todo o corpo.
Em um estudo de prova de conceito publicado no início de dezembro na revista científica Nature Medicine, pesquisadores liderados pelo Dr. Ganz e cientistas da SomaLogic e da Universidade de Cambridge mediram os níveis de 5.000 proteínas diferentes em amostras de plasma sanguíneo arquivadas de aproximadamente 17.000 indivíduos participantes em cinco estudos longitudinais diferentes de saúde. Isso rendeu um total de 85 milhões de medições de proteínas, tornando este o maior estudo deste tipo até o momento, dizem os autores.
A aplicação de algoritmos sofisticados de computador para aprendizado de máquina a esse grande conjunto de dados revelou padrões de expressão de proteínas que se correlacionavam com 11 medidas diferentes da saúde geral dos pacientes e seu risco de desenvolver certas doenças nos anos seguintes à coleta inicial de sangue. Por exemplo, o teste pode prever quanta gordura o fígado de uma pessoa contém (associado a cirrose hepática, doenças cardiovasculares e resistência à insulina), seu nível geral de aptidão física ou o risco de sofrer um ataque cardíaco ou desenvolver diabetes.
“A capacidade de analisar proteínas sanguíneas e vinculá-las a doenças humanas será uma ferramenta crítica da revolução da medicina de precisão. De fato, essas varreduras de proteínas não são apenas uma fantasia em um futuro distante. Uma versão de liberação inicial limitada do teste de proteínas está agora disponível para uso clínico. Uma coisa que considero muito importante para estabelecer confiança nessa tecnologia é que todos nos dedicamos à sua abertura e transparência. Desde o início, concordamos que tudo o que aprendemos será publicado e até pressionamos as revistas a publicar centenas de páginas de materiais suplementares para garantir que qualquer pessoa que queira possa replicar nossos resultados”, concluiu o Dr. Peter Ganz.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade da Califórnia em São Francisco (em inglês).
Fonte: Nicholas Weiler, Universidade da Califórnia em São Francisco. Imagem: Freepik.
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