Notícia

Óleo de tomilho no combate ao Aedes aegypti

Tecnologia desenvolvida na Unicamp é a aposta da prefeitura de Adamantina no combate às larvas do mosquito transmissor da dengue

Dra. Ana Silvia Prata, Unicamp

Fonte

Unicamp | Universidade Estadual de Campinas

Data

sexta-feira, 4 junho 2021 07:30

Áreas

Doenças Infecciosas. Saúde Pública.

Conhecido como coadjuvante no tratamento da tosse, o óleo natural de tomilho também possui propriedades que podem auxiliar na guerra contra a dengue. Essa é a aposta da Prefeitura de Adamantina, que recentemente adquiriu 500 quilos de partículas encapsuladas com o óleo de tomilho, capazes de eliminar, em até 48 horas, 100% das larvas do Aedes aegypti. O mosquito responsável pela transmissão da dengue, transmite também outras doenças como zika vírus, febre amarela e chikungunya. “A ideia é que essas partículas sejam distribuídas de casa em casa, com o auxílio de nossos agentes comunitários de saúde, de modo que todos os quintais de Adamantina estejam preparados para enfrentar o mosquito Aedes aegypti”, contou Gustavo Taniguchi Rufino, Secretário de Saúde do município e responsável pelo licenciamento da tecnologia.

Desenvolvida na Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a tecnologia é fruto do estudo conduzido pela equipe liderada pela professora Dra. Ana Silvia Prata. A pesquisa mostrou que as partículas contendo óleo de tomilho encapsulado, quando em contato com a água, liberam gradativamente um princípio ativo com ação larvicida, capaz de combater 95% das larvas do mosquito em 24 horas, chegando a 100% de eficácia em 48 horas. A pesquisadora explica que através de um estudo sistemático de formulações foi possível obter partículas que se comportam de forma semelhante aos ovos depositados pela fêmea do Aedes aegypti. Do mesmo modo que os ovos, as partículas apenas entram em ação após o contato com a água. A partir desse contato, o ovo entra em incubação para originar a larva, o que ocorre em cerca de três dias. “Esse é justamente o tempo que as partículas levam para liberar a quantidade de composto ativo necessária para eliminar as larvas do mosquito, ou seja, as partículas conseguem mimetizar o ciclo do ovo”, explicou a professora Ana Silvia, elencando ainda outras características do produto. “O óleo de tomilho é um produto natural e atóxico, e ainda apresenta propriedade antimicrobiana que contribui para o aumento de vida de prateleira do produto acabado”, enfatizou a pesquisadora.

As cápsulas são produzidas por meio de um processo de extrusão termoplástica, tendo como base o amido de milho que representa 95% da composição da partícula. Esta combinação de fatores resultou em um produto acessível devido à matéria-prima barata e ao processo escalonável. Ressalta-se que as partículas se mantêm funcionais por até cinco ciclos de chuva.

As partículas contendo o composto ativo, o óleo de tomilho encapsulado, foram desenvolvidas para utilização em lugares onde é comum o acúmulo de pequenos volumes  de água, como vasos de plantas, pneus e garrafas. A professora Ana Silvia Prata explicou ainda que como a liberação do composto ativo se dá apenas em contato com a água, assim que a água evapora, essa liberação é interrompida até que haja novo contato com água e um novo ciclo recomece. Além disso, a quantidade de óleo que sai da partícula é regulada pela sua concentração em água e nunca é liberada toda de uma vez.

Acesse a notícia completa no Jornal da Unicamp ou na página da Agência de Inovação da Unicamp.

Fonte: Karen Canto, Agência de Inovação da Unicamp. Imagem: Partículas com composto ativo (óleo de tomilho) encapsulado. Fonte: Dra. Ana Silvia Prata, Unicamp.

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