Notícia

Pesquisa avança em novas possibilidades para tratamento do meduloblastoma resistente à quimioterapia

Equipe de pesquisa mostrou que células do meduloblastoma resistentes à quimioterapia são capazes de perturbar completamente múltiplos processos intracelulares

ellerhoff via Wikimedia Commons

Fonte

Universidade de Pádua

Data

quarta-feira, 29 novembro 2023 17:00

Áreas

Biologia. Bioquímica. Farmacologia. Imunologia. Microbiologia. Oncologia. Quimioterapia. Saúde Pública.

A resistência à quimioterapia é um dos desafios mais exigentes que os médicos devem enfrentar durante o tratamento de pacientes oncológicos e que os pesquisadores devem tentar resolver com estudos experimentais. O aparecimento de células tumorais resistentes às terapias é de fato um dos principais obstáculos à eliminação completa de tumores. Isto é particularmente relevante para o meduloblastoma, um tumor cerebral pediátrico que ainda é difícil de tratar e muitas vezes refratário à quimioterapia.

Além disso, as opções terapêuticas atuais para o meduloblastoma envolvem o uso de medicamentos parcialmente eficazes, além de causarem inúmeros efeitos colaterais e toxicidade em pacientes jovens. Isto abre espaço para potenciais recaídas, juntamente com as consequências, por vezes duradouras, de medicamentos não totalmente toleráveis.

Para identificar os mecanismos moleculares que permitem que algumas células tumorais resistam à quimioterapia, pesquisadores do Departamento de Saúde da Mulher e da Criança da Universidade de Pádua e do Instituto de Pesquisa Pediátrica Città della Speranza, na Itália, expuseram ciclicamente células de meduloblastoma derivadas de pacientes à mesma combinação de medicamentos comumente usada na clínica. Eles tentaram, assim, reproduzir em laboratório o que acontece quando um tumor mostra resistência à quimioterapia.

Os resultados foram publicados na revista científica Acta Neuropathologica Communications. O estudo foi coordenado pelo Dr. Giampietro Viola e Dr. Luca Persano, do Departamento de Saúde da Mulher e da Criança da Universidade de Pádua, e foi conduzido pela Dra. Elena Mariotto, Dra. Elena Rampazzo e Dra. Roberta Bortolozzi.

Graças a estas experiências, a equipe de pesquisa mostrou que as células do meduloblastoma resistentes à quimioterapia são capazes de perturbar completamente múltiplos processos intracelulares. As células tumorais neutralizam assim os danos causados ​​pelos medicamentos, adaptam-se aos tratamentos farmacológicos e satisfazem as crescentes necessidades de nutrientes. Contudo, esta reconfiguração metabólica pode tornar-se o calcanhar de Aquiles destas células.

Os pesquisadores conseguiram identificar estas vulnerabilidades graças a um rastreio de mais de 2.000 medicamentos, com o qual demonstraram que os medicamentos que atuam no metabolismo das células tumorais, vulgarmente chamados antimetabólitos, são particularmente ativos no tratamento de células resistentes. Este resultado é particularmente relevante, uma vez que muitos dos medicamentos identificados já estão aprovados e são atualmente utilizados no tratamento de outros tumores, incluindo os pediátricos, facilitando assim a sua potencial utilização futura também no contexto do meduloblastoma.

“Os estudos sobre resistência à quimioterapia realizados e descritos são um bom sistema para estudar a resistência aos medicamentos e seu impacto no prognóstico do meduloblastoma pediátrico. Na verdade, eles podem compensar, pelo menos parcialmente, a falta de amostras de recorrências, uma lacuna que pode dificultar a identificação dos fatores moleculares responsáveis ​​pelo novo crescimento do tumor após a terapia”, explicou a Dra. Elena Mariotto, primeira coautora do artigo científico.

“Apesar de serem muito promissores, estes resultados esclarecem apenas uma pequena parte dos potenciais mecanismos pelos quais as células tumorais escapam às atuais terapias antitumorais. Também por esta razão serão um ponto de partida para novos estudos que visam caracterizar os processos que suportam a resistência terapêutica em tumores cerebrais pediátricos e identificar potenciais alvos farmacológicos”, concluíram os coordenadores do estudo.

Acesse o artigo científico completo (e inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Pádua (em italiano).

Fonte: Universidade de Pádua. Imagem: meduloblastoma, plano coronal. Fonte: ellerhoff via Wikimedia Commons.

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