Notícia

Pesquisadores identificam melhor anticoagulante para minimizar risco de sangramento

Fonte

UCL | University College London

Data

quinta-feira, 3 novembro 2022 06:15

Áreas

Cardiologia. Farmácia Clínica. Farmacologia. Hematologia. Neurologia. Química Medicinal.

Em artigo publicado na revista científica Annals of Internal Medicine, pesquisadores relataram que um dos dois anticoagulantes orais diretos (DOACs) mais comuns, a apixabana, tem o menor risco de sangramento gastrointestinal, com desempenho semelhante na prevenção de acidente vascular cerebral e outros efeitos colaterais.

Os DOACs são usados ​​para prevenir derrames em pessoas com fibrilação atrial – batimentos cardíacos lentos ou irregulares – uma condição que afeta mais de 33 milhões de pessoas em todo o mundo. Recentemente, eles se tornaram mais comuns que a varfarina, o tratamento padrão anterior, pois não exigem tanto monitoramento de acompanhamento (o que foi particularmente valioso durante a pandemia de COVID-19) e têm menos risco de efeitos colaterais.

Para o novo estudo, os pesquisadores compararam a eficácia e o risco de efeitos colaterais para os quatro DOACs mais comuns. Eles revisaram dados de mais de 500.000 novos usuários de DOACs no Reino Unido, França, Alemanha e Estados Unidos, incluindo 281.320 usuários de apixabana, 61.008 usuários de dabigatrana, 12.722 usuários de edoxaban e 172.176 usuários de rivaroxabana.

Eles descobriram que todos os quatro medicamentos foram comparáveis ​​em resultados para acidente vascular cerebral isquêmico, hemorragias cerebrais e mortalidade por todas as causas, enquanto identificaram uma diferença no risco de sangramento gastrointestinal, que é um dos efeitos colaterais mais comuns e preocupantes dos DOACs.

O estudo revelou que a apixabana se destacou por apresentar menor risco de sangramento gastrointestinal, com riscos de 19 a 28% menores quando comparado diretamente a cada um dos outros três DOACs.

A descoberta foi validada ao analisar dados de pessoas com mais de 80 anos e pessoas com doença renal crônica, dois grupos que geralmente são sub-representados em estudos clínicos.

A Dra. Wallis Lau, professora da Escola de Farmácia da University College London (UCL), no Reino Unido, que liderou o trabalho juntamente com seu colega professor Dr. Ian Wong, disse: “Os anticoagulantes orais diretos têm sido prescritos com frequência crescente em todo o mundo nos últimos anos, mas as evidências que os comparam diretamente são limitadas. Nossos resultados indicam que a apixabana pode ser preferível a outros anticoagulantes por causa da menor taxa de sangramento gastrointestinal e taxas semelhantes de acidente vascular cerebral, uma descoberta que esperamos seja apoiada por ensaios clínicos randomizados”.

“Como acontece com todos os medicamentos, os riscos e benefícios potenciais podem diferir entre as pessoas, portanto, considerar todo o espectro de resultados e efeitos colaterais ainda será necessário para cada paciente”, concluiu a pesquisadora.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da University College London (em inglês).

Fonte: Chris Lane, UCL. Imagem: benzoix via Freepik.

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