Notícia
Proteína ‘anormal’ pode ser elo comum entre todas as formas de doença do neurônio motor
Pesquisadores descobriram que uma proteína tóxica que causa formas genéticas raras de doença do neurônio motor pode estar envolvida na morte de células nervosas em todas as formas do distúrbio
Trist et al. 2022 via revista Brain, Oxford University Press
Fonte
Universidade de Sydney
Data
terça-feira, 16 agosto 2022 06:45
Áreas
Biologia. Bioquímica. Biotecnologia. Genética. Microbiologia. Neurociências.
Pesquisadores descobriram que uma proteína anormal geralmente ligada a uma forma hereditária rara de doença do neurônio motor está presente em todos os tipos de doença do neurônio motor, sugerindo uma ligação comum entre as diferentes formas da doença.
O estudo, publicado na revista científica Brain, é o primeiro a confirmar alterações tóxicas na proteína em indivíduos com formas genéticas ou não genéticas de doença do neurônio motor.
A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é a forma mais comum de doença do neurônio motor: 10% dos casos da doença são hereditários, com os casos restantes sem uma causa genética aparente.
“Os resultados sugerem que essa proteína anormal contribui para a morte celular em muitas formas de doença do neurônio motor, não apenas em casos genéticos raros de doença do neurônio motor”, disse a Dra. Kay Double, autora sênior do artigo e professora do Centro de Cérebro e Mente da Faculdade de Medicina e Saúde da Universidade de Sydney, na Austrália. “É um grande passo no avanço de nossa compreensão da doença do neurônio motor. Nossas descobertas direcionarão mais pesquisas e poderão levar a tratamentos mais eficazes”, continuou a professora.
Normalmente, a proteína superóxido dismutase 1 (SOD1) protege as células, mas acredita-se que uma mutação em seu gene torne a proteína ‘tóxica’; esta forma de proteína tóxica está associada a formas hereditárias de ELA. O mutante anormal SOD1 só é encontrado em regiões da medula espinhal onde as células nervosas morrem, implicando essa proteína anormal na morte celular.
Investigações anteriores sobre o papel das formas tóxicas da proteína SOD1 concentraram-se em grande parte nas formas mutantes da proteína e foram conduzidas principalmente usando modelos animais e celulares de ELA.
O estudo atual, liderado por uma equipe do Centro de Cérebro e Mente da Universidade de Sydney, avançou nossa compreensão das causas da doença do neurônio motor ao estudar essa proteína anormal em tecidos ‘post-mortem’ de pacientes com ELA.
“Mostramos pela primeira vez que os mecanismos de doenças que há muito se supõe ocorrerem em modelos animais e celulares estão presentes em pacientes com doença do neurônio motor”, disse o Dr. Benjamin Trist, autor principal do estudo e professor da Faculdade de Medicina e Saúde da Universidade de Sydney. “Este é um marco significativo em nossa compreensão da ELA e da doença do neurônio motor de forma mais ampla”, destacou.
Em experimentos relacionados, a professora Kay Double e sua equipe também estão estudando como a SOD1 anormal interage com outras proteínas ligadas à doença na doença do neurônio motor. Este trabalho está no prelo e será publicado na revista científica Acta Neuropathologica Communications.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade de Sydney (em inglês).
Fonte: Ivy Shih, Universidade de Sydney. Imagem: Proteína SOD1 anormal detectada no tecido da medula espinhal humana (manchas escuras). Fonte: Trist et al. 2022 via revista Brain, Oxford University Press.
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