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Proteínas interferon podem ter papel central em casos graves de COVID-19

Fonte

KAIST | Instituto Avançado de Ciência e Tecnologia da Coreia

Data

terça-feira, 21 julho 2020 08:15

Áreas

Microbiologia. Proteômica.

Os cientistas do Instituto Avançado de Ciência e Tecnologia da Coreia (KAIST) e colegas confirmaram que a resposta das proteínas interferon tipo I desempenha um papel fundamental na exacerbação da inflamação em casos graves de COVID-19. A COVID-19 grave é causada por uma resposta hiperinflamatória e acredita-se que citocinas inflamatórias secretadas por monócitos e macrófagos clássicos desempenham um papel crucial na progressão grave da doença.

Uma nova análise de sequenciamento de RNA de célula única de mais de 59.000 células de três coortes diferentes forneceu uma visão detalhada das respostas imunes dos pacientes em casos graves de COVID-19. Os resultados sugerem que pacientes com casos graves de COVID-19 experimentam maior regulação da via de ativação da inflamação pelo interferon tipo I (IFN-I), uma “assinatura” que os pesquisadores também observaram em pacientes hospitalizados com casos graves de influenza.

Os resultados sugerem que as estratégias de tratamento anti-inflamatório para a COVID-19 também devem ser direcionadas à via de sinalização do IFN-I, além de direcionar moléculas inflamatórias como TNF, IL-1 e IL-6, que têm sido associadas à COVID -19.

A equipe de pesquisa do professor Dr. Eui-Cheol Shin, da Faculdade de Ciências Médicas e Engenharia do KAIST, sequenciou o RNA de um total de 59.572 células sanguíneas obtidas de quatro doadores saudáveis, oito pacientes com COVID-19 leve ou grave e cinco pacientes com influenza grave.

Em comparação, os pacientes com casos graves de influenza apresentaram expressão aumentada de vários genes estimulados pelo IFN, mas não apresentaram respostas ao TNF/IL-1, como observado nos pacientes com COVID-19. Ao contrário da coorte de gripe, os pacientes da coorte grave de COVID-19 exibiram a assinatura do IFN-I simultaneamente com a inflamação causada por TNF/IL-1 – uma combinação também não observada em pacientes com casos mais leves de COVID-19.

O resultado, juntamente com estudos anteriores em animais que destacam como o momento da expressão do IFN-I é fundamental para determinar o resultado da SARS, apoia o IFN-I como uma estratégia de tratamento potencial para a COVID-19 grave.

“Esta pesquisa fornece informações para o planejamento de opções terapêuticas para a COVID-19, investigando de perto como as células imunológicas dos pacientes com COVID-19 se desenvolvem. Continuaremos a realizar pesquisas sobre novos mecanismos imunológicos terapêuticos e direcionar medicamentos anti-inflamatórios terapêuticos para melhorar a sobrevida de pacientes com COVID-19 grave”, concluiu o professor Shin.

Os resultados do estudo foram publicados na revista científica Science Immunology.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página do KAIST.

Fonte: Instituto Avançado de Ciência e Tecnologia da Coreia (KAIST). Imagem: Estrutura do Interferon-beta humano. Fonte: Wikimedia Commons.

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