Notícia

Raciocínio de teoria dos jogos pode ajudar a vacinar o mundo

Nações ricas podem vacinar suas populações enquanto ajudam nações pobres a vacinar também

Pixabay

Fonte

Universidade Duke

Data

quinta-feira, 28 janeiro 2021 14:05

Áreas

Indústria Farmacêutica. Políticas Públicas. Vacinas.

O acesso aos cuidados de saúde em todo o mundo sempre foi desigual. E não há melhor exemplo do que a corrida entre as nações ricas para garantir as vacinas para a COVID-19, disse o Dr. David McAdams, professor de Administração de Empresas da Universidade Duke, nos Estados Unidos.

Cada dose de vacina que uma nação rica consegue em um acordo direto com os fabricantes não é apenas uma vitória para aquele país, mas uma perda para outro – um resultado que os teóricos dos jogos chamam de ‘jogo de soma zero’, explicou o professor McAdams.

Mesmo os esforços globais para expandir o acesso à vacina, nomeadamente o ‘COVID-19 Vaccine Global Access Facility’ (COVAX), também podem ter um impacto limitado, disse o pesquisador. O COVAX reúne contribuições de nações mais ricas para ajudar as pobres, mas muitos países, incluindo os EUA sob a administração de Trump, perderam as oportunidades iniciais de participar, ressaltou o Dr. McAdams.

“Países ricos – se todos pudéssemos nos reunir e cooperar, todos nos beneficiaríamos com o fim desta pandemia global. Mas os países ricos individualmente podem não ter um amplo incentivo para fazê-lo. Eles podem estar dispostos a aproveitar os esforços de outros países ricos”, criando um espaço para mais desigualdade quando as nações não contribuem com sua parte justa.

Mas, continuando com uma análise da teoria dos jogos, existem maneiras de as nações ricas adquirirem suprimentos de vacinas que ajudem os países mais pobres ao mesmo tempo, sugerem pesquisadores, entre eles o Dr. David McAdams, em um novo artigo publicado na revista científica BMJ Global Health.

“O natural é que os países corram para garantir doses para si próprios e, assim, excluir outros. Mas se pensarmos nisso com antecedência e nos planejarmos, argumentamos que é possível projetar esses acordos bilaterais de uma forma que aumente a oferta global”, destacou o professor.

O que o Dr. McAdams e colegas propõem é que quando um país mais rico, como os EUA, fechar um acordo de vacina com um fabricante, isso deveria inclui medidas para garantir que o fabricante da vacina compartilhe conhecimentos e tecnologias que permitiriam a outros fabricantes de vacina também produzir essa vacina.

Como exemplo, foi citado um acordo que permite ao Serum Institute of India, o maior fabricante de vacinas do mundo, licença para produzir a vacina AstraZeneca/Unviersidade de Oxford, incluindo doses para países de baixa e média renda.

As oportunidades para tais acordos são sem precedentes, porque “não estamos apenas correndo para desenvolver uma vacina e torná-la disponível para as pessoas – estamos fazendo isso mais de cem vezes, simultaneamente”, disse o Dr. McAdams.

Com tantas vacinas candidatas e muitas delas podendo não ter sucesso, o mundo ficará com [alguns] fabricantes sem nenhuma vacina bem-sucedida para produzir. Essas instalações poderiam ser licenciadas para produzir uma das vacinas bem-sucedidas, e algumas dessas doses poderiam ir para países pobres.

“Portanto, isso aceleraria a rapidez com que as vacinas podem chegar aos países pobres e aceleraria o fim da pandemia, transformando o jogo de um modo de pensar competitivo para um em que somos mais colaborativos, porque afinal , estamos juntos nisto. Essa é a minha mensagem principal ”, concluiu o Dr. David McAdams.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Duke.

Fonte: Escola de Negócios da Universidade Duke. Imagem: Pixabay.

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