Notícia

Amostras do colo do útero podem revelar risco de câncer de mama e ovário

Pesquisadores analisaram alterações epigenéticas em amostras do colo do útero, ou seja, alterações na expressão gênica relacionadas a fatores como ambiente, estilo de vida e envelhecimento

Shutterstock

Fonte

Instituto Karolinska

Data

sábado, 5 fevereiro 2022 13:40

Áreas

Ginecologia. Oncologia. Saúde da Mulher.

Uma equipe internacional de cientistas descobriu um meio de identificar o risco de câncer de mama e de ovário analisando amostras de células do colo do útero. Ao medir as mudanças epigenéticas em amostras coletadas de mais de mil mulheres, os pesquisadores encontraram duas assinaturas únicas para câncer de mama e de ovário. Os resultados foram apresentados em dois artigos publicados na revista científica Nature Communications.

“Uma característica única sobre esses estudos é que encontramos uma maneira de medir o risco de câncer em outros tecidos além daqueles que amostramos”, disse o Dr. Joakim Dillner, professor do Departamento de Medicina Laboratorial do Instituto Karolinska, na Suécia, e um dos os autores dos estudos. “Isso nos dá novos insights sobre como o câncer se origina e nos permite prever o risco de câncer de forma mais geral, em vez de uma forma de câncer de cada vez”.

Amostras ginecológicas são rotineiramente usadas para descobrir anomalias que podem levar ao câncer do colo do útero. A descoberta permitiu o tratamento precoce e reduziu drasticamente a incidência de câncer do colo do útero nas últimas décadas. Os pesquisadores agora esperam poder usar as mesmas amostras para identificar o risco de uma paciente ter outras formas de câncer.

Possibilidade de prevenção

“Se soubermos quais indivíduos têm maior risco de desenvolver um determinado tipo de câncer, isso abre a possibilidade de exames prolongados e tratamento preventivo”, disse a Dra. Kristina Gemzell Danielsson, coautora e professora do Departamento de Saúde da Mulher e da Criança no Instituto Karolinska.

Para este estudo, os pesquisadores analisaram alterações epigenéticas em amostras do colo do útero, ou seja, alterações na expressão gênica relacionadas a fatores como ambiente, estilo de vida e envelhecimento. Amostras de mais de mil mulheres foram coletadas de vários centros europeus e do biobanco de amostras cervicais estabelecido no Instituto Karolinska no início de 2010 e atualmente de propriedade do Hospital Universitário Karolinska. Pouco menos de um terço das mulheres tinham câncer de mama ou de ovário, enquanto o restante era saudável.

Alta precisão

Ao rastrear todos os possíveis locais de metilação ao longo de todo o genoma, os pesquisadores encontraram duas assinaturas epigenéticas únicas que identificaram 76,6% das mulheres com alto risco de câncer de mama e 61,7% daquelas com alto risco de câncer de ovário. Comparado com os testes genéticos atuais, o método – chamado de teste WID (Women’s Risk IDentification) – descobriu até 30% mais mulheres com câncer de mama ou ovário. Segundo os cientistas, o teste pode ser usado em um estágio inicial para descobrir alterações que aumentam o risco de câncer.

“Os resultados publicados até agora mostram que nossos testes podem superar os métodos atualmente disponíveis e estamos ansiosos para realizar testes para validar essas descobertas iniciais em um grande número de mulheres”, concluiu o Dr. Martin Widschwendter, professor da Universidade de Innsbruck, na Áustria, e University College de Londres, no Reino Unido, e professor visitante no Instituto Karolinska.

Acesse o primeiro artigo científico completo (em inglês).

Acesse o segundo artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página do Instituto Karolinska (em inglês).

Fonte: Anna Molin, Instituto Karolinska. Imagem: Shutterstock.

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