Notícia
Cientistas estudam a eficácia de novos medicamentos para o câncer de próstata no combate à COVID-19
Dois medicamentos em desenvolvimento para tratar o câncer de próstata agressivo também serão testados no combate da síndrome do desconforto respiratório agudo
Luiza Braun via Unsplash
Fonte
Universidade Tecnológica de Queensland
Data
quinta-feira, 26 novembro 2020 06:40
Áreas
Bioquímica. Desenvolvimento de Fármacos. Doenças Infecciosas. Farmacologia. Metabolismo. Oncologia. Saúde Pública.
A Dra. Lisa Philp, professora da Universidade Tecnológica de Queensland (QUT, da sigla em inglês), na Austrália, recebeu um investimento de US$ 150.000 da Advance Queensland Fellowship para testar os medicamentos que ela e a Dra. Colleen Nelson, professora da Escola de Ciências Biomédicas da QUT, estão desenvolvendo para combater o câncer de próstata avançado e que também poderiam prevenir e/ou tratar a síndrome da angústia respiratória aguda (SARA).
As pesquisadoras e suas equipes de pesquisa estudaram dois hormônios secretados pela gordura corporal, que modulam o crescimento do tumor do câncer de próstata e que também podem ter papéis na condução da inflamação pulmonar grave de início rápido que pode ser fatal em pacientes com COVID-19.
A professora Colleen Nelson, diretora do Centro de Pesquisa Australiano para o Câncer de Próstata em Queensland, disse que a equipe de pesquisa tem investigado dois novos medicamentos que têm como alvo os hormônios da gordura: um hormônio que é pró-inflamatório e outro que tem efeito anti-inflamatório; cada um deles está envolvido na progressão do câncer de próstata.
“Por meio de nossos dados e conhecimento das pesquisas sobre a COVID-19, chegamos à hipótese de que essas drogas podem ser tratamentos eficazes para a SARA. Reunimos rapidamente novas colaborações e trouxemos nossos parceiros já estabelecidos da indústria para esta nova área de pesquisa para testar nossas hipóteses e avançar esta pesquisa em direção à prova de conceito para que pudéssemos ajudar no tratamento dos pacientes com a COVID-19 o mais rápido possível”, disse a professora Colleen Nelson.
A Dra. Lisa Philp disse que a equipe tem colaborado com duas empresas de biotecnologia sediadas nos Estados Unidos para levar suas pesquisas para um ensaio clínico de fase 1 em pacientes com câncer de próstata. “Temos dados muito sólidos de que ambas as drogas suprimem a progressão do tumor no câncer de próstata resistente ao tratamento avançado e, mais importante, [influenciam] na inflamação. A SARA é uma insuficiência respiratória com risco de vida de início rápido, desencadeada por infecção e uma [possível] causa de morte relacionada à COVID-19″, disse a Dra. Philp.
“Mesmo antes da COVID, a SARA matava três milhões de pacientes anualmente em todo o mundo, colocando um enorme fardo nas unidades de terapia intensiva dos hospitais. A SARA geralmente está relacionada à gripe ou a outras condições, como lesão pulmonar. Em vez de uma resposta imune gradual à infecção, esta resposta é hiperativada na SARA e desencadeia uma ‘tempestade de citocinas’ inflamatória que também ataca o tecido saudável, fazendo com que os pulmões se encham de fluido e apareça rápida insuficiência respiratória”, explicou a Dra. Lisa Philp.
“Atualmente, o tratamento da SARA inclui ventilação e antivirais, mas os medicamentos que estamos investigando podem abordar a resposta inflamatória de maneira fundamental, visando os hormônios sinalizadores que são sua causa”, destacou a pesquisadora.
A professora Colleen Nelson disse que esses hormônios, liberados em grande parte pelas células de gordura, também são alterados pela obesidade.
O estudo foi publicado na revista científica Endocrine-Related Cancer.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da QUT (em inglês).
Fonte: Niki Widdowson, QUT Media. Imagem: Luiza Braun via Unsplash.
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