Notícia

Medicamento para diabetes pode reduzir mortalidade de pacientes diabéticos tipo 2 hospitalizados com COVID-19

Pesquisadores relataram que os pacientes diabéticos que receberam sitagliptina além da insulina tiveram taxa de mortalidade reduzida

NIH NIAID

Fonte

Universidade Harvard

Data

sexta-feira, 2 outubro 2020 09:45

Áreas

Doenças Infecciosas. Farmacologia. Metabolismo. Saúde Pública.

Um estudo observacional multicêntrico realizado na Itália sugere que a sitagliptina, um medicamento aprovado pela agência reguladora FDA para reduzir a glicemia em pacientes com diabetes tipo 2, reduz a mortalidade em pacientes diabéticos hospitalizados com a COVID-19.

O estudo envolveu sete hospitais durante a primeira onda de casos COVID-19 e foi liderado pelo Dr. Paolo Fiorina, da Universidade de Milão, na Itália, mas também professor de pediatria da Escola Médica de Harvard e pesquisador associado na Divisão de Nefrologia do Hospital Boston Children’s, nos Estados Unidos. Os resultados foram publicados na revista científica Diabetes Care.

Os autores relataram que os pacientes diabéticos que receberam sitagliptina além da insulina tiveram  taxa de mortalidade de 18%. Pacientes também diabéticos que receberam apenas insulina tiveram uma taxa de mortalidade de 37%.

A sitagliptina parece bloquear a entrada do SARS-CoV-2 nas células e reduzir a inflamação, disseram os autores.

Os resultados de estudos retrospectivos e observacionais como este são geralmente considerados um nível abaixo do padrão ouro de um ensaio clínico randomizado e controlado por placebo. No entanto, as descobertas da equipe são promissoras o suficiente para desencadear um estudo desse tipo com a sitagliptina, que já  está sendo preparado na Europa.

“Estou entusiasmado com nossas descobertas, porque ainda temos muito poucas opções terapêuticas para os muitos pacientes diabéticos afetados pela COVID-19. Devemos agora confirmar nossas descobertas em um estudo prospectivo controlado por placebo”, disse o Dr. Paolo Fiorina.

Com base no mecanismo de ação da sitagliptina, o Dr. Paolo Fiorina e colegas acreditam que a droga também pode ajudar a combater a COVID-19, mesmo em pacientes não diabéticos. Um ensaio separado, randomizado e controlado, para testar essa ideia está em fase de aprovação regulatória.

Por que a sitagliptina?

A sitagliptina pertence a uma classe de medicamentos conhecidos como inibidores da DPP-4, que são prescritos para cerca de 15% a 20% dos pacientes com diabetes tipo 2. A droga reduz a glicemia ao bloquear o receptor da enzima DPP-4, também chamada de CD26, que aumenta a produção de insulina.

Estudos recentes sugerem que a DPP-4 tem duas ações colaterais que são relevantes para a COVID-19: pode ajudar o SARS-CoV-2 a entrar nas células respiratórias e também atuar na inflamação, reduzindo a produção da citocina IL-6 que contribui para a tempestade de citocinas que causa complicações orgânicas na COVID-19.

A principal ação da sitagliptina – reduzir o açúcar no sangue – também pode ajudar a aumentar a sobrevivência. Estudos anteriores mostraram que pacientes diabéticos com pior controle glicêmico apresentam piores desfechos da COVID-19.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Escola Médica da Universidade Harvard (em inglês).

Fonte: Escola Médica da Universidade Harvard e Nancy Fliesler, Hospital Boston Children’s. Imagem: Micrografia colorida mostra partículas de SARS-CoV-2, amarelas, infectando células, em vermelho. Fonte: NIAID NIH.

 

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