Notícia

COVID-19: cúrcuma e sálvia são estudadas como possíveis opções fitoterápicas

Lucia Condac via Wikimedia Commons

Fonte

UFPR | Universidade Federal do Paraná

Data

terça-feira, 1 setembro 2020 15:10

Áreas

Bioquímica. Doenças Infecciosas. Fitoterapia. Plantas Medicinais. Saúde Pública.

Uma pesquisa realizada na Universidade Federal do Paraná (UFPR) vai investigar produtos e inovações terapêuticas naturais para propor o uso de quatro fitoterápicos do Sistema Único de Saúde (SUS) como opções para tratamento e enfrentamento da COVID-19 e de síndromes respiratórias agudas graves (SRAG). O estudo utilizará formulações terapêuticas produzidas com nanotecnologia e teve início com duas espécies medicinais: Curcuma longa e Salvia officinalis L.

A professora Dra. Juliana Bello Baron Maurer, do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular e do Núcleo Paranaense de Pesquisa Científica e Educacional de Plantas Medicinais (NUPPLAMED) é uma das líderes da equipe, que é interdisciplinar. De acordo com ela, as plantas medicinais investigadas ao longo da pesquisa fazem parte das 54 espécies disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS).

A seleção foi feita a partir dos dados da literatura que apontavam para propriedades antivirais das plantas. ” As plantas medicinais e os produtos naturais representam uma fonte imensa para a descoberta de novas drogas, que podem ser utilizadas como tratamento complementar aos convencionais”, explicou a professora. Ela explica que os compostos sintéticos antivirais perdem sua eficiência pelo rápido aparecimento de resistência, custo elevado e também pelos efeitos secundários relacionados com a terapia medicamentosa. Como os fitoterápicos são uma mistura de constituintes, o que se chama de fitocomplexo, podem apresentar propriedades diferentes, sendo capazes de contribuir com o tratamento.

Além da ação antiviral que se espera no combate à COVID-19, os fitocomplexos também são capazes de ter ação anti-inflamatória, imunomoduladora e antimicrobiana, entre outras. “Como são muitas moléculas, a chance de apresentarem mais de uma propriedade é grande”, resumiu a Dra. Juliana. Por isso, mesmo em fase inicial as expectativas para a pesquisa são otimistas. “Estes compostos também poderiam atuar nas comorbidades e na síndrome respiratória grave”, destacou a pesquisadora.

A investigação está em sua primeira etapa, que consiste justamente na caracterização química e padronização de formas terapêuticas dos fitocompostos. Depois disso, passa-se à fase de desenvolvimento e caracterização de formulações terapêuticas com nanotecnologia, seguidos dos ensaios pré-clínicos in vitro, que não exigem testes em humanos.

A nanotecnologia é um dos recursos de inovação do projeto e pode potencializar a ação do fitoterápico, pois trabalha com unidades moleculares e pode dar mais precisão às formulações. “Já há resultados de estudos recentemente publicados que mostram que os fitocomplexos são mais eficientes com formulações de nanotecnologia. Como muitas vezes a forma como se ingere o fitoterápico não é tão eficiente, a proposta é testar também o desenvolvimento de uma formulação”, explicou a Dra. Juliana.

Além da sálvia e da cúrcuma, que já começaram a ser estudadas, outras espécies também serão estudadas, como Mentha x piperita L. e Trifolium pratense L. Fazem parte da equipe o professor Dr. Marcelo Molento, do Departamento de Ciências Veterinárias da UFPR, a doutoranda Camila Peitz, a professora Dra. Selma Faria Zawadzki-Baggio, do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular da UFPR, além de parceiros dos Departamentos de Patologia e Farmácia, do Instituto Federal Catarinense (IFC) e da Epagri (SC).

Acesse a notícia completa na página da UFPR.

Fonte: Amanda Miranda, UFPR. Imagem: Salvia Officinalis. Fonte: Lucia Condac via Wikimedia Commons.

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