Notícia

Pesquisadores da UFRJ desenvolvem teste de COVID-19 que custará menos de R$ 5,00

Em comparação com os testes comercializados em farmácias do país, iniciativa da UFRJ representa redução de 96% nos custos

Coppe/UFRJ

Fonte

UFRJ | Universidade Federal do Rio de Janeiro

Data

quarta-feira, 2 setembro 2020 06:45

Áreas

Diagnóstico. Doenças Infecciosas. Saúde Pública.

O Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) e o Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF), ambos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), desenvolveram um novo teste sorológico para detecção de anticorpos para a COVID-19. Chamado de S-UFRJ, o teste, desenvolvido sob a coordenação dos cientistas Dra. Leda Castilho (Coppe) e Dr. André Vale (IBCCF),  custará menos de R$ 5,00.

O S-UFRJ tem tecnologia escalonável e custo reduzido de produção da proteína S (spike), presente na estrutura do novo coronavírus. O baixo custo da proteína desenvolvida no Laboratório de Engenharia de Cultivos Celulares (Lecc/Coppe), associado a uma coleta de amostras mais simples e acessível, possibilita o acesso e a expansão da testagem – fatores importantes, principalmente em países em desenvolvimento. No Brasil, testes rápidos aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) têm sido comercializados em farmácias por mais de R$ 130. O teste da UFRJ representa uma redução superior a 96%.

Segundo a Dra. Leda, a produção de testes confiáveis e de baixo custo no país permitirá ampliar significativamente a testagem da população brasileira, que hoje é muito baixa.

Coleta mais simples, resultados mais rápidos

O S-UFRJ é uma variação do teste Elisa (sigla em inglês para ensaios de imunoabsorção enzimática). Segundo o Dr. André Vale, do Laboratório Intermediário de Biologia de Linfócitos (LIBL/IBCCF), o S-UFRJ simplifica o procedimento de coleta, que pode ser feito com um simples furo no dedo do paciente e o depósito de uma gota de sangue em uma tirinha com papel filtro padronizada pelo LIBL.

De acordo com os autores do estudo, muitos dos testes rápidos aprovados pela Anvisa têm desempenho questionável. Uma marca comercializada no Brasil foi comparada com o teste S-UFRJ e apresentou acertos que variaram de 0% para pessoas infectadas com até quatro dias, desde o início dos sintomas, até 71% de acerto para os infectados cujos sintomas começaram há 20 dias ou mais.

Já o S-UFRJ apresenta 40% de acerto nos primeiros quatro dias de sintomas. Em dez dias, ele já ultrapassa 90% e, finalmente, atinge 100% de acerto quando é feito a partir de 20 ou mais dias do surgimento dos sintomas.

A proteína S é uma das proteínas responsáveis pela estrutura tridimensional do novo coronavírus. “Ela é responsável pela ligação do vírus às células humanas, permitindo sua entrada e multiplicação. A proteína S é um alvo prioritário do sistema imunológico, sendo, portanto, a proteína mais promissora para o desenvolvimento de ensaios de diagnóstico sorológico”, explicou a |Dra. Leda.

Segundo o Dr. André, o teste desenvolvido na UFRJ detecta a presença de anticorpos que são gerados pelo organismo em resposta à exposição ao vírus. Portanto, ele não substitui o PCR, que detecta a presença de material genético do vírus em secreções respiratórias nos primeiros dias após início dos sintomas. O S-UFRJ, além de identificar anticorpos, pode quantificá-los, mesmo em pessoas que não tiveram sintomas.

A pesquisa teve seus resultados divulgados em  artigo ainda sem revisão por pares, mas já disponibilizado na plataforma MedRxiv.

Acesse a notícia completa na página da UFRJ.

Fonte: Coppe/UFRJ. Imagem: Divulgação, Coppe/UFRJ.

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