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Biomaterial multifuncional previne infecção bacteriana
Um grande problema com o uso de biomateriais é que podem ocorrer infecções. A engenheira biomédica Moniek Schmitz estudou diversos revestimentos para estimular uma melhor interação entre o biomaterial e os tecidos do corpo e para evitar a proliferação bacteriana. Para acelerar a busca pelo ‘biomaterial multifuncional ideal’, ela montou um método de triagem para testar até centenas de combinações de materiais simultaneamente. Moniek Schmitz defendeu sua tese de doutorado no departamento de Engenharia Biomédica da Universidade Tecnológica de Eindhoven (TU Eindhoven), nos Países Baixos, no último dia 15 de fevereiro.
Implantes dentários, curativos para feridas, próteses, stents, lentes de contato; a utilização de biomateriais na área da saúde é extensa. Esses materiais são frequentemente implantados para substituir ou reparar tecidos danificados. Mas enquanto um biomaterial deve principalmente fornecer reforço, também está se tornando cada vez mais importante que o material não induza uma reação inflamatória no corpo humano, explicou Moniek Schmitz.
Números alarmantes
“Essa infecção associada ao biomaterial pode ocorrer imediatamente após o implante porque o material ou o ambiente não está completamente estéril. Mas uma infecção relativamente inofensiva em outro lugar do corpo também pode causar problemas anos depois. Por meio da corrente sanguínea, os patógenos ainda podem desencadear uma infecção no tecido ao redor do biomaterial ou em sua superfície”, destacou a engenheira biomédica.
As infecções associadas a biomateriais são atualmente tratadas com antibióticos para eliminar as bactérias e curar a infecção. Muitas vezes, os antibióticos também são administrados preventivamente durante o implante para prevenir a infecção. De acordo com Moniek Schmitz, isso precisa mudar. “Há cada vez mais bactérias multirresistentes. De acordo com estimativas recentes das Nações Unidas, o número de mortes por resistência a antibióticos chegará a cerca de dez milhões por ano até 2050, números alarmantes.”
Para reduzir o uso de antibióticos, Schmitz e seus colegas têm procurado maneiras inovadoras de combater essas infecções: com novos biomateriais multifuncionais. “Esses materiais devem não apenas desempenhar a função para a qual foram desenvolvidos especificamente, mas também estimular a integração com o corpo e eliminar patógenos dentro e ao redor do biomaterial”.
Para isso, Schmitz utilizou biomateriais supramoleculares, produzidos como uma espécie de cadeia de diferentes ‘cubos’ ligados entre si. Os diferentes cubos fornecem diferentes propriedades do material e, portanto, as propriedades mecânicas e biológicas podem ser ajustadas.
Os biomateriais indicados por Moniek Schmitz são todos baseados na molécula supramolecular ureido-pirimidinona. Em vários estudos, ela desenvolveu um revestimento que faz com que as células do corpo tenham uma adesão melhor ao material, que provou ser bem-sucedido em eliminar bactérias na superfície do implante.
Acesse a notícia completa na página da TU Eindhoven (em inglês).
Fonte: Barry van der Meer, TU Eindhoven.
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