Destaque

Cafeína pode dar uma visão diferente sobre a resistência aos medicamentos

Fonte

Universidade de Edimburgo

Data

sábado. 26 setembro 2020 15:55

O manejo de infecções fúngicas em plantas e humanos pode ser transformado por um avanço na compreensão de como os fungos desenvolvem resistência a drogas.

Antes, pensava-se que apenas mutações no DNA de um fungo resultariam em resistência aos antifúngicos. As técnicas diagnósticas atuais dependem do sequenciamento de todo o DNA de um fungo para encontrar tais mutações.

Resistência a drogas

Cientistas da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido, descobriram que os fungos podem desenvolver resistência a medicamentos sem alterações em seu DNA – seu código genético.

A nova pesquisa, publicada na revista científica Nature, descobriu que a resistência pode surgir em fungos sem alterações genéticas. Em vez disso, os fungos exibem alterações epigenéticas – alterações que não afetam seu DNA – sugerindo que muitas causas e casos de resistência antifúngica poderiam ter sido perdidos anteriormente.

Doenças fúngicas

A cada ano, doenças fúngicas afetam bilhões de pessoas em todo o mundo, causando cerca de 1,6 milhão de mortes.

As infecções resistentes ao tratamento são um problema crescente, particularmente em pacientes com sistema imunológico enfraquecido, como aqueles com HIV. Existem poucos medicamentos antifúngicos eficazes.

O uso excessivo de fungicidas agrícolas também está levando ao aumento da resistência em fungos do solo. As doenças fúngicas resultam na perda de até um terço das safras mundiais de alimentos anualmente.

Tratamento com cafeína

Uma equipe de cientistas da Universidade de Edimburgo estudou o surgimento de resistência em uma levedura, Schizosaccharomyces pombe, tratando-a com cafeína para imitar a atividade de drogas antifúngicas.

A equipe descobriu que a levedura resistente resultante tinha alterações em etiquetas químicas especiais que afetam a forma como seu DNA é organizado. Alguns genes ficaram empacotados em estruturas conhecidas como heterocromatina, que silencia ou inativa genes subjacentes, causando resistência como resultado dessa mudança epigenética.

Novos tratamentos

Esta descoberta pode abrir caminho para novas terapias para tratar infecções resistentes, modificando drogas epigenéticas existentes ou desenvolvendo novas drogas que interfiram com a heterocromatina fúngica.

Fungicidas aprimorados para tratar plantações de alimentos podem limitar as perdas agrícolas e também reduzir o número de cepas de fungos resistentes no ambiente que continuam a alimentar o aumento de infecções em humanos.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Edimburgo (em inglês).

Fonte: Universidade de Edimburgo.

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