Destaque

Fruto de pesquisa da UFMG, startup aplica Nióbio em cosméticos

Fonte

FAPEMIG | Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais

Data

segunda-feira. 26 abril 2021 14:25

O nióbio é um elemento químico considerado nobre, que confere propriedades especiais ao aço, tornando-o mais resistente à corrosão. Tanto que toda a produção de nióbio do mundo atualmente é destinada à metalurgia, e Minas Gerais, por meio da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), é responsável por 80% do mercado mundial do nióbio.

No entanto, pelo fato do estado mineiro ser um polo inovador e referência em pesquisas, o nióbio recebeu outras funcionalidades além da metalurgia:  o ramo de cosméticos. A startup mineira Nanonib – Nanotecnologia e Inovação em Nióbio – desenvolveu soluções inovadoras  a base de materiais contendo nióbio com elevado valor agregado em relação aos produtos concorrentes e benefícios para o homem e meio ambiente. A startup investiu na primeira “nanoindústria” – uma unidade industrial de processamento do nanomaterial do nióbio, em Belo Horizonte – que demanda um baixo custo de produção e já pretende comercializar seus produtos ainda este ano.

Dentre os primeiros produtos desenvolvidos pela Nanonib e em fase de aprovação na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), está o insumo que originou o INNIB41®, uma solução antisséptica com eficiência testada e comprovada em laboratórios independentes. O produto é o primeiro no mundo a utilizar nióbio na composição para esta aplicação.  “O INNIB41® já está pronto para ser lançado no mercado, aguardando a aprovação do insumo pela Anvisa e será produzido também em Minas Gerais pela Yeva Cosmétiques com sede em Itaúna”, informou o diretor executivo da Nanonib, Joel Passos.

O INNIB41® também teve resultados positivos na desativação, limpeza e proteção das mãos contra o Sars-CoV-2, causador da Covid-19 e outras bactérias e vírus. Joel revela que o produto demonstrou elevada eficácia nos estudos laboratoriais comparativamente ao álcool tanto na forma de gel quanto de líquido, porque apresenta efeito residual prolongado e protege diferentes tipos de superfícies por até 24 horas. O gestor destacou que o produto passou por testes clínicos, principalmente dermatológicos. “Não tem solvente como álcool, e não causa reações adversas ou prejudiciais ao ser humano, podendo ser usado em pessoas de pele sensível como crianças, adolescentes e idosos”, garantiu o executivo.

De acordo com o professor Dr. Luiz Carlos de Oliveira, um dos sócios da Nanonib, o grupo de pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) vinha trabalhando com materiais de nióbio há aproximadamente 15 anos, na produção de catalisadores para aplicações em processos ambientais e de energia. No entanto, o grupo de investidores, que conceberam a Nanonib, enxergou a possibilidade de uso das nanopartículas em cosméticos. “A partir daí algumas sínteses foram então direcionadas com esse viés. O grupo de investidores possuía bastante experiência em transferência de tecnologias vindo da academia na área de cosméticos”, relembrou o professor Luiz Carlos.

Metal precioso

O professor Luiz observou que a ideia de trabalhar o nióbio para estas finalidades veio das propriedades químicas que essas novas moléculas de nióbio que estavam sendo descobertas apresentavam. Segundo ele, a forma inovadora de obtenção das nanopartículas e os grupos funcionais químicos que eram formados permitiu as aplicações na área cosmética. “Somos a primeira empresa que utiliza os compostos de nióbio produzido comercialmente para usos distintos daqueles metalúrgicos. As diferentes moléculas que a Nanonib produz já foram testadas nas áreas de cosméticos, saúde, agro e armazenamento de energia”, ressaltou o pesquisador.

O Dr. Luiz Carlos  salientou que a Nanonib possui licença para comercializar apenas as nanopartículas. Porém, segundo ele, elas precisam ser transformadas no produto final para chegar ao consumidor. Com isso, os investidores entenderam que verticalizar o processo poderia ser mais vantajoso. Dessa forma, adquiriam uma empresa de cosméticos já atuante no mercado para produzir e comercializar o produto final que chegará ao mercado. “A empresa Yeva Cosmétiques que está no mercado há 13 anos e com uma parceria com a Nanonib produzirá o produto final. Dessa maneira já temos como produzir comercialmente os compostos de nióbio para a área cosmética”, concluiu o professor.

Acesse a notícia completa na página da FAPEMIG.

Fonte: Téo Scalioni, FAPEMIG,

Em suas publicações, o Canal Farma da Rede T4H tem o único objetivo de divulgação científica, tecnológica ou de informações comerciais para disseminar conhecimento. Nenhuma publicação do Canal Farma tem o objetivo de aconselhamento, diagnóstico, tratamento médico ou de substituição de qualquer profissional da área da saúde. Consulte sempre um profissional de saúde qualificado para a devida orientação, medicação ou tratamento, que seja compatível com suas necessidades específicas.

Os comentários constituem um espaço importante para a livre manifestação dos usuários, desde que cadastrados no Canal Farma e que respeitem os Termos e Condições de Uso. Portanto, cada comentário é de responsabilidade exclusiva do usuário que o assina, não representando a opinião do Canal Farma, que pode retirar, sem prévio aviso, comentários postados que não estejam de acordo com estas regras.

Leia também

2024 farma t4h | Notícias, Conteúdos e Rede Profissional nas áreas de Ciências Biológicas, Biomédicas e Farmacêuticas, Saúde e Tecnologias 

Entre em Contato

Enviando

Fazer login com suas credenciais

ou    

Esqueceu sua senha?

Create Account