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Novo estudo mostra que proteína klotho evita morte de neurônios

Pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) deram um passo importante na compreensão do papel da proteína klotho no processo de envelhecimento do cérebro, em especial de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer. Estudo publicado recentemente na revista Scientific Reports mostrou que ela é capaz de evitar mortes de neurônios.

“Colocamos mais um tijolo nessa casa de conhecimento que estamos construindo para uma possível nova terapia”, comemorou o Dr. Cristoforo Scavone, coordenador da pesquisa no Laboratório de Neurofarmacologia Molecular, cujo estudo teve a colaboração da professora Dra. Elisa Mitiko Kawamoto, pesquisadora do Laboratório de Neurobiologia Molecular e Funcional. Ambos os laboratórios pertencem ao Departamento de Farmacologia do ICB-USP.

Desde 1997, quando pesquisadores japoneses descobriram que a klotho regula o envelhecimento, vários grupos de pesquisa no mundo se debruçaram sobre o assunto. O professor Cristoforo Scavone é um deles. Em 2017, seu grupo publicou um estudo correlacionando a queda nos níveis da klotho, em condições de doença crônica renal juntamente com o aumento da neuroinflamação, com o aparecimento de danos cognitivos. Em 2018, outra pesquisa mostrou que essa proteína é liberada pelos neurônios hipocampais, através do glutamato e insulina, sendo vital para a produção de lactato nos astrócitos, uma das fontes de energia dos neurônios. “Agora descobrimos que a klotho consegue de fato impedir a morte dos neurônios”, afirmou o pesquisador.

Reversão da inflamação

O tecido nervoso é composto por neurônios e células de glias – um conjunto de células que, entre diversas funções, protege e nutre os neurônios. Na pesquisa, foram realizados testes in vitro com uma cultura saudável dessas células. As células de glia foram tratadas com lipopolissacarídeos (LPS), que liberam uma série de substâncias tóxicas e provocam inflamações. Esse meio foi então recolhido e colocado em uma cultura de neurônios.

“Dependendo da concentração desse meio de cultura, vimos que a morte dos neurônios, mesmo protegida pelas células de glia, era induzida. No entanto, quando o LPS foi introduzido juntamente com a klotho, o efeito foi revertido. Aplicamos o meio de confluência em duas concentrações. Na menor concentração, de 25%, tivemos uma reversão total na inflamação e da toxicidade na presença de Klotho, o que evitou a morte neuronal”, explicou o professor Scavone.

Para identificar se os efeitos foram produzidos pela klotho ou por outra estrutura que age na glia, foi feito outro experimento. “Aplicamos o meio de confluência das células da glia desafiadas pelo LPS simultaneamente com klotho na cultura neuronal. E depois nesse mesmo ponto, mas sem a klotho, confirmando que a klotho foi capaz de reverter os efeitos tóxicos do LPS. Assim confirmamos nossa tese”, disse o pesquisador.

No entanto, ainda há muito a ser descoberto sobre a proteína. “É preciso descrever o funcionamento da klotho em outros locais do cérebro em que ela se encontra, como no cerebelo, no hipocampo e no sistema nervoso periférico. Assim poderemos avaliar a sua importância para a memória e para outras doenças, como o Parkinson, por exemplo”, concluiu o professor Cristoforo Scavone.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página do Instituto de Ciências Biomédicas da USP.

Fonte: Gabriel Martino, Acadêmica Agência de Comunicação, ICB-USP.

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