Destaque

Projeto europeu MIRRI tem foco no uso e preservação de recursos microbianos

Fonte

Universidade de Liège

Data

segunda-feira. 19 dezembro 2022 07:10

No dia 21 de outubro de 2022, a infraestrutura de pesquisa de recursos microbianos ‘MIRRI‘ recebeu o reconhecimento formal como um ‘Consórcio Europeu de Infraestrutura de Pesquisa’ (ERIC). O MIRRI inclui 14 parceiros de 10 países europeus – Bélgica, França, Grécia, Itália, Letônia, Países Baixos, Polônia, Portugal, Espanha e Rússia. Como membro fundador do MIRRI-ERIC e do consórcio Belgian Coordinated Collections of Microorganism (BCCM), a Bélgica está no centro do projeto MIRRI-ERIC. Com sua coleção BCCM/ULC, a Universidade de Liège participará ativamente das atividades do MIRRI-ERIC.

A coleção BCCM/ULC hospedada pela unidade InBios (Centro de Engenharia de Proteínas/Faculdade de Ciências) da Universidade de Liège é apoiada pela Política Científica Belga (BELSPO). Seu papel específico será o de fornecer treinamento sobre o isolamento, cultura, preservação e caracterização de cepas de cianobactérias. A coleção está envolvida em outras tarefas, como a definição de protocolos padronizados, a criação de um catálogo comum, a combinação de serviços por diferentes coleções para criar um serviço completo e a comunicação ao público em geral, entre outras atividades.

A participação da Universidade de Liège em numerosas expedições à Antártica e ao Ártico permitiu coletar amostras em muitos habitats polares”, explicou a Dra. Annick Wilmotte, pesquisadora sênior da Unidade de Pesquisa InBios e chefe da coleção. “As cepas de cianobactérias (sub)polares que conseguimos isolar ou receber constituem até hoje a maior coleção documentada do mundo para essas regiões”, continuou a pesquisadora.

Contexto

Os microrganismos foram as primeiras formas de vida em nosso planeta, permitindo a evolução do restante da biodiversidade, inclusive a humana. Estes microrganismos continuam a desempenhar um papel fundamental no equilíbrio ecológico e cada exploração de habitats novos ou extremos é uma oportunidade para outras descobertas.

Mais recentemente, a exploração do microbioma humano mostrou sua abundância no corpo humano e sua importância para nossa saúde. Deve-se muitos alimentos, mas também serviços ecossistêmicos (composição da atmosfera, degradação da matéria orgânica, purificação biológica da água, por exemplo) aos microrganismos e a biotecnologia faz amplo uso de suas surpreendentes capacidades metabólicas. No entanto, considera-se que menos de 1% da sua biodiversidade está descrita e acessível. Ser capaz de isolá-los em cultura, caracterizar sua biodiversidade e preservá-los em longo prazo é crucial para melhor entendê-los e utilizá-los em processos aplicados. Isso requer estruturas especializadas que gerenciem as cepas, mas também as informações associadas e tenham o conhecimento de técnicas modernas de taxonomia, pesquisa de metabólitos e genômica. O continente europeu tem uma longa história de pesquisa em microbiologia e as primeiras coleções públicas de cultura foram criadas em final do século XIX.

O MIRRI-ERIC criará uma sinergia entre as inúmeras coleções nacionais e permitirá que elas aumentem sua visibilidade e seu uso em pesquisa básica e aplicada. Ao fornecer microrganismos de elevada qualidade, em conformidade com as legislações (inter)nacionais e ao disponibilizar o grande know-how das coleções parceiras, o MIRRI-ERIC pretende apoiar a pesquisa e o desenvolvimento nas áreas biomédica e das ciências da vida.

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Liège (em inglês).

Fonte: Universidade de Liège.

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