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Novo estudo pode esclarecer como os micróbios intestinais podem agravar o declínio cognitivo

Fonte

UCLA | Universidade da Califórnia em Los Angeles

Data

sexta-feira. 20 agosto 2021 07:45

Pesquisas recentes descobriram que mudanças na microbiota intestinal – os trilhões de bactérias e outros micróbios que vivem no intestino – podem alterar o cérebro e o comportamento. Agora, um estudo liderado por cientistas da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) poderia elucidar como e por que esse fenômeno ocorre.

No experimento, que foi conduzido com camundongos, os pesquisadores descobriram que os micróbios intestinais podem exacerbar os efeitos da deficiência cognitiva por causa de como eles afetam o hipocampo, a região do cérebro que é crítica para a memória e o aprendizado. Eles descobriram que a concentração de um grupo de bactérias chamadas Bilophila aumentou dramaticamente na microbiota intestinal de camundongos que foram alimentados com uma dieta cetogênica – rica em gordura e pobre em carboidratos – e foram intermitentemente privados de oxigênio, criando uma condição chamada hipóxia.

Os cientistas também descobriram que uma dieta cetogênica, hipóxia e tratamento com uma espécie de Bilophila chamada Bilophila wadsworthia prejudicou o hipocampo, levando à redução da capacidade cognitiva em camundongos.

A pesquisa foi publicada na revista científica Cell Host & Microbe.

Os pesquisadores deram a vários camundongos uma dieta cetogênica e a outros uma dieta padrão. Em seguida, todos os camundongos receberam níveis reduzidos de oxigênio por cinco dias consecutivos e, em seguida, receberam quatro dias para se recuperar. Privar os animais de algum oxigênio foi uma forma dos cientistas causar danos cognitivos, a fim de imitar o comprometimento cognitivo em humanos que pode ser causado por doenças neurológicas ou pelo envelhecimento.

Em seguida, os cientistas observaram sua capacidade de navegar em um labirinto. Ao tentar encontrar o caminho para sair de um labirinto, os animais com dieta cetogênica cometeram em média 30% mais erros do que ratos que receberam a dieta padrão. (O intervalo de diferença entre os dois grupos foi de 25% a 75%.)

Os pesquisadores também avaliaram se as diferentes dietas por si só poderiam causar qualquer mudança no comportamento cognitivo em animais que não foram privados de oxigênio. Nesse experimento, não houve diferença apreciável na capacidade dos camundongos de encontrar seu caminho para fora do labirinto com base em se eles tinham tido uma dieta cetogênica ou uma dieta padrão – indicando que o impacto negativo na capacidade cognitiva ocorreu apenas em combinação com a privação de oxigênio.

“Esses resultados destacam a capacidade de diferentes fatores ambientais interagirem para impactar o comportamento cognitivo em camundongos”, disse Christine Olson, autora principal e estudante de graduação da UCLA.

“Os cientistas agora estão descobrindo espécies microbianas que podem afetar mudanças comportamentais em camundongos e outros animais”, disse a Dra. Elaine Hsiao, professora da Escola de Medicina da UCLA. Ela acrescentou que será importante estudar mais especificamente como as espécies microbianas podem afetar o cérebro – por exemplo, por meio de mudanças celulares que ocorrem em resposta aos micróbios.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da UCLA (em inglês).

Fonte: Stuart Wolpert, Universidade da Califórnia em Los Angeles.

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