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Pesquisadores identificam molécula que permite que o HIV escape do sistema imunológico e que pode ser um bom alvo terapêutico
Ao longo da terapia antirretroviral, o HIV se esconde silenciosamente em reservatórios dentro dos linfócitos T CD4+, glóbulos brancos que desempenham um papel na ativação do sistema imunológico contra infecções.
A existência desses ‘santuários virais’ explica por que a terapia antirretroviral deve ser mantida durante toda a vida do paciente para impedir a replicação do vírus.
Na revista científica Cell Reports, uma equipe de pesquisa liderada pela Dra. Petronela Ancuta, professora de Medicina da Universidade de Montréal, no Canadá, e sua aluna de doutorado Debashree Chatterjee, mostraram pela primeira vez que uma proteína, o receptor de hidrocarboneto arílico ou AhR, desempenha um papel crucial nessa latência viral.
“Em nosso estudo, mostramos que o AhR, um fator de transcrição que regula a expressão de certos genes, tem um efeito antiviral nas células T CD4+ dos pacientes”, disse a professora Petronela Ancuta. “Para ajudar o HIV a permanecer silencioso nas células reservatório, a molécula tem um efeito na expressão de HIC1, outro fator de transcrição conhecido por inibir a replicação do HIV”, continuou a pesquisadora.
Para provar isso, os cientistas usaram o sistema CRISPR/Cas9 para eliminar a expressão do AhR. Eles também usaram drogas que induzem ou bloqueiam a ativação do AhR. Com essas duas abordagens neutralizando a atividade do AhR, a equipe observou que o crescimento viral ocorreu nas células T CD4+ de pessoas vivendo com HIV e em terapia antirretroviral.
“Conseguimos mostrar nas células dos pacientes como essa via AhR é ativada. Com a ajuda de tecnologia de ponta, como a transcriptômica espacial, queremos ir além e caracterizá-la especificamente no tecido de pessoas vivendo com HIV. Isso nos permitiria validar esse alvo terapêutico em humanos no contexto do HIV”, concluiu a professora Petronela Ancuta.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, no final de 2021 mais de 38 milhões de pessoas viviam com HIV.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade de Montreal (em inglês).
Fonte: Bruno Geoffroy, Universidade de Montreal.
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