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Pesquisadores utilizam inteligência artificial e ensaios experimentais para desenvolver larvicidas ecossustentáveis contra o Aedes aegypti

Fonte

FAPEG | Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás

Data

quarta-feira. 25 agosto 2021 10:00

O surgimento de populações do Aedes aegypti cada vez mais resistentes a inseticidas tem comprometido o controle populacional do mosquito e se tornado um dos maiores desafios das autoridades sanitárias do Brasil. O mosquito fêmea é o principal agente transmissor de arboviroses como dengue, chikungunya, zika e febre amarela urbana. Destas doenças, apenas a febre amarela dispõe atualmente de uma vacina para controle de transmissão em larga escala. Fazer o controle vetorial é a principal estratégia na atualidade para atenuar o agravamento da crise epidemiológica decorrente dessas doenças. Uma das principais armas dos agentes de controle de endemias do Sistema Único de Saúde (SUS) para conter a população do mosquito é a aplicação de larvicidas em reservatórios de água fixos (caixas d’água, piscinas abandonadas, vasos de plantas) que podem conter as larvas de Aedes aegypti.

Diante do surgimento de mosquitos resistentes aos compostos larvicidas utilizados pelo SUS, uma equipe de pesquisadores, coordenada pelo Dr. Bruno Junior Neves, da Universidade Federal de Goiás (UFG), começou a desenvolver, de forma inédita, novos compostos químicos mais eficazes, menos tóxicos, mais seguros e ecossustentáveis, através da integração de ferramentas de Inteligência Artificial (IA) e ensaios experimentais. O pesquisador entende ser urgente a pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) de novos larvicidas. “Essa abordagem apresenta potencial aceleração da pesquisa, pois no campo da IA os computadores são capazes de aprender com dados experimentais de compostos disponíveis em bases de dados”, apontou o Dr. Bruno Neves. Segundo o pesquisador, avaliar a atividade larvicida em Aedes aegypti e o perfil toxicológico de uma grande quantidade de compostos é insustentável tanto financeiramente quanto experimentalmente.

“Nossa intenção é que essas ferramentas sirvam como suporte para nos auxiliar a tomar decisões bem-sucedidas, ou seja, selecionar apenas os compostos mais promissores para avançar para outras fases da pesquisa (avaliação experimental), reduzindo os custos e o número de animais/experimentos na pesquisa. Poderemos identificar, ainda nas etapas iniciais da pesquisa, compostos ineficazes ou potencialmente problemáticos (tóxicos) que possam causar prejuízos à saúde humana e riscos ao meio ambiente”, explicou o professor. O Dr. Bruno Neves destacou que através dessa abordagem multiparamétrica, poderão ser priorizados compostos com padrão estrutural diferentes dos larvicidas cuja eficácia já é afetada com o surgimento de mosquitos resistentes, reduzindo o risco de resistência cruzada.

O pesquisador ressaltou também que a priorização de compostos não tóxicos implica na redução do risco de intoxicação de seres humanos e animais, dada a possibilidade de ingestão de água de consumo tratada com larvicidas. “Outra característica inerente ao perfil ecotoxicológico desses produtos é a possibilidade de utilização dos mesmos em combinação com estratégias de controle biológico, como por exemplo, predação de larvas por peixes soltos em reservatórios de água”, disse o especialista.

O pesquisador explica que, uma vez concluídas as etapas de aprendizagem e validação, as ferramentas de IA serão utilizadas para simular experimentos com animais, incluindo o próprio Aedes aegypti, possibilitando a triagem virtual de milhões de compostos ainda não testados.

Acesse a notícia completa na página da FAPEG.

Fonte: Helenice Ferreira, da Assessoria de Comunicação da FAPEG.

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