Destaque

Reposicionamento de medicamento pode ser caminho promissor para tratar raiva humana

Fonte

Jornal da USP

Data

sexta-feira. 9 fevereiro 2024 18:30

O reposicionamento de fármacos, ou seja, descobrir novos usos para medicamentos já usados para outras doenças, surge como possibilidade de tratamento efetivo para a raiva humana em pesquisa da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de São Paulo (FMVZ-USP). Em testes com animais, o medicamento Hiltonol, já aprovado para uso por seres humanos em casos de câncer, inibe a desativação das defesas do organismo pelo vírus da raiva, freando a progressão da doença e aumentando a sobrevida dos infectados.

Os resultados dos experimentos são descritos em um artigo científico em formato de pré-impressão (ainda não revisado por pares), divulgado no site bioRxiv. Desde então, os pesquisadores continuaram com os ensaios em modelo animal, conseguindo mais avanços no tempo de sobrevivência e na regressão dos sinais da raiva. A próxima etapa são os testes em culturas de células e, depois, em seres humanos.

“A raiva humana é uma doença com 100% de letalidade que pode ter uma incubação de algumas semanas até alguns meses”, relata ao Jornal da USP o Dr. Paulo Eduardo Brandão, professor da FMVZ que coordena o estudo. A doença é transmitida pela saliva de animais infectados, por meio de mordidas e lambidas. “Os primeiros sinais são inespecíficos, incluindo febre e dor de cabeça, que evoluem para dificuldade de deglutição, de onde deriva o termo hidrofobia, pois o paciente, ao não conseguir beber por apresentar contrações na musculatura da laringe, dá a impressão de ter medo de água.”

“A doença evolui para alterações de comportamento, com aumento da agressividade, alucinações, paralisia, disfunção geral e morte por parada cardiorrespiratória em cerca de uma semana após os primeiros sinais”, apontou o professor Brandão. “É uma doença terrível, não só pelo extenso sofrimento experimentado pelo paciente, mas também ao pessoal médico e aos familiares, que presenciam a rápida degeneração da pessoa acometida rumo à morte certa”.

De acordo com o professor, todo ano, ao menos 59 mil pessoas morrem por raiva no mundo, a maior parte na África e na Ásia. “Em 2023 no Brasil houve dois casos, sendo um no Ceará e outro em Minas Gerais, e é raro ter-se um ano em que casos não ocorram [casos] por aqui”, destacou o professor Paulo Brandão.

Acesse as publicação na Plataforma bioRxiv.

Acesse a notícia completa na página do Jornal da USP.

Fonte: Júlio Bernardes, Jornal da USP.

Em suas publicações, o Canal Farma da Rede T4H tem o único objetivo de divulgação científica, tecnológica ou de informações comerciais para disseminar conhecimento. Nenhuma publicação do Canal Farma tem o objetivo de aconselhamento, diagnóstico, tratamento médico ou de substituição de qualquer profissional da área da saúde. Consulte sempre um profissional de saúde qualificado para a devida orientação, medicação ou tratamento, que seja compatível com suas necessidades específicas.

Os comentários constituem um espaço importante para a livre manifestação dos usuários, desde que cadastrados no Canal Farma e que respeitem os Termos e Condições de Uso. Portanto, cada comentário é de responsabilidade exclusiva do usuário que o assina, não representando a opinião do Canal Farma, que pode retirar, sem prévio aviso, comentários postados que não estejam de acordo com estas regras.

Leia também

2024 farma t4h | Notícias, Conteúdos e Rede Profissional nas áreas de Ciências Biológicas, Biomédicas e Farmacêuticas, Saúde e Tecnologias 

Entre em Contato

Enviando

Fazer login com suas credenciais

ou    

Esqueceu sua senha?

Create Account