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Testes de rotina para múltiplos patógenos respiratórios não reduzem o consumo de antibióticos em crianças com doenças agudas
Nos últimos anos, o diagnóstico microbiológico das infecções respiratórias mudou. Numerosos dispositivos de teste múltiplo, que podem identificar o patógeno exato de uma infecção respiratória em cerca de uma hora após a amostragem, foram introduzidos no mercado. Os dispositivos de teste múltiplo testam aproximadamente 20 patógenos comuns de infecções do trato respiratório simultaneamente. Novos dispositivos de diagnóstico são comercializados ativamente, mas seu benefício em pacientes pediátricos não é claro.
Um estudo realizado pelo Departamento de Emergência para Crianças e Adolescentes do Hospital Universitário de Oulu, na Finlândia, antes da pandemia de COVID-19 investigou os efeitos da determinação do patógeno exato em uma amostra nasofaríngea em tratamentos com antibióticos iniciados em pacientes pediátricos.
O estudo envolveu 1.243 crianças menores de 18 anos com febre ou sintomas respiratórios. Os pacientes pediátricos foram randomizados para dois grupos de comparação: grupo de estudo e grupo controle. Uma amostra nasofaríngea identificando 21 infecções comuns do trato respiratório foi coletada de 829 crianças do grupo de estudo no Departamento de Emergência. O resultado do teste foi recebido durante a mesma visita de emergência. No grupo controle, as amostras foram coletadas de 414 crianças com base na avaliação de um médico, e o médico não recebeu os resultados da amostra nasofaríngea até a semana seguinte.
No grupo de estudo, 5% dos pacientes pediátricos foram diagnosticados com um patógeno para o qual é utilizada terapia medicamentosa direcionada (influenza, coqueluche ou micoplasma). A amostragem nasofaríngea não reduziu o número de antibióticos iniciados, novas consultas de emergência ou a necessidade de acompanhamento hospitalar em relação ao grupo controle. O número de exames complementares no pronto-socorro foi o mesmo no grupo estudo e no grupo controle. A visita ao pronto-socorro dos pacientes do grupo de estudo foi, em média, cerca de 10 minutos mais longa do que a dos pacientes do grupo controle.
O teste rápido de gripe já demonstrou reduzir a necessidade de antibioticoterapia e testes adicionais em crianças com sintomas respiratórios. O uso de dispositivos de multiteste não forneceu nenhum benefício adicional neste estudo. Extensa amostragem nasofaríngea de crianças com sintomas respiratórios não afetou o tratamento de pacientes pediátricos. Portanto, com base nos resultados do estudo, o teste de rotina de amostras nasofaríngeas em crianças com sintomas respiratórios pode não ser tão útil quanto se esperava na prática clínica.
Os resultados foram publicados na revista científica JAMA Network Open.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade de Oulu.
Fonte: Universidade de Oulu.
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