Destaque

Vesículas extracelulares podem ser o futuro do tratamento contra a inflamação

Fonte

Instituto Karolinska

Data

segunda-feira. 11 outubro 2021 12:55

Cientistas esperam que minúsculos ‘sacos’ de material excretado pelas células – as chamadas vesículas extracelulares (EVs) – possam ser usados para liberar medicamentos dentro do corpo. Pesquisadores do Instituto Karolinska, na Suécia, mostraram que essas ‘nanobolhas’ podem transportar drogas proteicas que reduzem a inflamação causada por diferentes doenças. A técnica, publicada na revista científica Nature Biomedical Engineering, mostrou resultados promissores em modelos animais.

As EVs são importantes na comunicação intercelular como portadoras de sinais biológicos. Eles são pacotes revestidos por membrana do tamanho de nanômetros excretados por células que podem entregar ácidos graxos, proteínas e material genético a diferentes tecidos.

As minúsculas bolhas são encontradas naturalmente nos fluidos corporais, são capazes de atravessar barreiras biológicas, como a barreira hematoencefálica, e podem ser utilizadas como transportadores naturais de substâncias terapêuticas. Consequentemente, as EVs têm atraído um interesse crescente como drogas em potencial.

EM e DII

Usando técnicas biomoleculares, os pesquisadores do Instituto Karolinska revestiram a membrana EV externa com proteínas terapêuticas, mais precisamente receptores que se ligam às substâncias inflamatórias TNF-α e à interleucina 6 (IL 6).

O TNF-α e a IL 6 se formam no corpo sob condições inflamatórias, como esclerose múltipla (EM) e doença inflamatória intestinal (DII), e desempenham um papel fundamental na inflamação e no dano subsequente ao tecido. Esse conhecimento resultou no desenvolvimento de drogas biológicas que amortecem a resposta inflamatória por meio da inibição do TNF-α e da IL 6.

Maior efeito anti-inflamatório

No estudo, os pesquisadores tentaram inibir as substâncias inflamatórias por meio de EVs terapêuticos que expressam em suas membranas os receptores que se ligam à IL 6 e ao TNF-α.

“Usamos diferentes métodos para otimizar a expressão de receptores e testamos as diferentes variantes de EVs em modelos de células inflamatórias para identificar qual estratégia deu o maior efeito anti-inflamatório”, disse Dhanu Gupta, aluno de doutorado do Departamento de Medicina Laboratorial do Instituto Karolinska, e um dos autores do estudo.

Os pesquisadores então examinaram os efeitos das EVs terapêuticas em três modelos animais inflamatórios relevantes para sepse, EM e DII.

Redução de sintomas neurológicos

No modelo animal para sepse, o tratamento melhorou significativamente a sobrevida, sugerindo uma redução bem-sucedida da resposta inflamatória.

No modelo de EM, os pesquisadores também encontraram uma redução significativa nos sintomas neurológicos vistos em surtos de EM. O tratamento com EVs expressando ambos os receptores também mostrou um aumento significativo na sobrevivência em modelos de camundongos para DII.

“Nossas descobertas são um passo importante na direção correta e demonstram que as EVs podem ser um tratamento promissor para a inflamação, mas a técnica também tem grande potencial para muitas outras doenças”, disse o Dr. Samir EL Andaloussi, pesquisador principal do Departamento de Medicina Laboratorial do Instituto Karolinska e coautor do estudo.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia na página do Instituto Karolinska (em inglês).

Fonte: Anne Maria Hammarskjöld, Instituto Karolinska.

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