Notícia
Estudo alerta sobre áreas de risco para hanseníase em Cuiabá
Trabalho foi desenvolvido e premiado na UFMT
Divulgação
Fonte
UFMT | Universidade Federal de Mato Grosso
Data
sexta-feira, 20 dezembro 2019 11:25
Áreas
Doenças Negligenciadas. Saúde Pública.
Pesquisa de Iniciação Científica da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) procurou verificar e apresentar os focos espaciais da hanseníase e as áreas de risco de contaminação em Cuiabá e Várzea Grande.
O estudo mostrou como a doença se distribui no espaço e quais são os locais de foco das infecções. O relatório, intitulado “Identificação de Focos de Áreas de Risco de Hanseniase em Cuiabá”, foi vencedor do prêmio Severino Meirelles, da UFMT.
Segundo a pesquisa, entre 2012 e 2016, foram diagnosticados 151,764 novos casos de hanseníase, o que equivale a uma taxa média de detecção de 14,97 casos novos para cada 100 mil habitantes. Mato Grosso é o estado que registrou as maiores taxas de casos, com 88,6 casos a cada 100 mil habitantes. O estudo calculou o Risco Relativo (RR) de contaminação para cada bairro e setor censitário de Cuiabá e Várzea Grande, que é uma relação da probabilidade de o evento ocorrer no grupo exposto. Os resultados indicam a formação de focos endêmicos durante o período de estudo.
“A gente observou que a hanseníase tem um comportamento focal e tende a se concentrar em populações que são socioeconomicamente desfavoráveis, que tem dificuldades com boa infraestrutura, acesso a políticas de saúde e que convivem em condições precárias. Os bairros com maiores índices da doença ficam em regiões periféricas das cidades”, afirmou a graduanda em geografia, Kenny de Oliveira.
De acordo com o estudo, a probabilidade de contaminação da doença varia de zero a 20. Em Cuiabá, entre os anos 2005 e 2007, os bairros Jardim Vitória e Jardim Florianópolis apresentaram o risco relativo de 10.09, sendo duas das regiões mais propensas para a infecção de pessoas.
Para a estudante, o estudo visa compreender e apresentar o que faz com que a hanseníase permaneça nessas regiões e continue com altas taxas de infecção. “Há um foco em tratar doenças, mas não em entendê-las. Existem vários elementos dentro desses bairros que são responsáveis pelos indicadores. Eles sofrem com ruas que não estão pavimentadas, ausência ou precariedade de saneamento básico, as regiões apresentam densidade demográfica muito alta, entre outros fatores. Logo, toda essa falta de políticas públicas influencia para que a doença foque e continue existindo nesses bairros”, explicou Keny.
Os dados foram previamente coletados pelo orientador da pesquisa, professor Dr. Emerson Soares dos Santos, para a realização do projeto “Geografia e Epidemiologia da Hanseníase na Grande Cuiabá”. As informações foram organizadas por meio do método de varredura especial Scan, cujo objetivo é a detecção e localização de aglomerados, que consistem em um grupo de ocorrências em um espaço geograficamente limitado em tamanho e concentração, sendo improvável a contaminação ocorrer por mero acaso.
Acesse a notícia na página da UFMT.
Fonte: Universidade Federal de Mato Grosso. Imagem: Divulgação.
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