Notícia
Estudo relaciona níveis de cádmio na urina com endometriose
O cádmio é um metal tóxico e um ‘metaloestrogênio’, o que significa que pode agir como o hormônio estrogênio
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Fonte
Michigan State | Universidade Estadual de Michigan
Data
quinta-feira, 27 julho 2023 17:30
Áreas
Análises Clínicas. Biologia. Biomedicina. Bioquímica. Metabolismo. Patologia. Saúde da Mulher. Toxicologia.
Mulheres com histórico de endometriose apresentaram concentrações mais altas de cádmio na urina em comparação com aquelas sem o diagnóstico, de acordo com um estudo da Universidade Estadual de Michigan (Michigan State), nos Estados Unidos, que sugere que o metal tóxico pode estar ligado ao desenvolvimento da endometriose.
Afetando uma em cada 10 mulheres em idade reprodutiva, a endometriose é uma condição ginecológica na qual o tecido que reveste o útero (endométrio) aparece fora do útero. As mulheres com endometriose podem apresentar sintomas crônicos, dolorosos e debilitantes, que podem interferir em todos os aspectos da vida, incluindo atividades diárias, produtividade no trabalho, desempenho escolar e relacionamentos pessoais.
“Apesar do impacto adverso da endometriose na qualidade de vida, ela continua sendo uma condição pouco estudada”, disse a Dra. Kristen Upson, professora do Departamento de Epidemiologia e Bioestatística da Michigan State e autora sênior do estudo.
“Ao observar os fatores de risco ambientais, como o metal cádmio, estamos nos aproximando da compreensão dos fatores de risco para essa condição”, acrescentou Mandy Hall, primeira autora do estudo e analista de dados do Departamento de Epidemiologia e Bioestatística da Michigan State.
O cádmio é um metal tóxico e um ‘metaloestrogênio’, o que significa que pode agir como o hormônio estrogênio. As pessoas podem ficar expostas ao cádmio respirando fumaça de cigarro e comendo alimentos contaminados, como espinafre e alface.
Embora este não seja o primeiro estudo a explorar uma ligação potencial entre o cádmio e a endometriose, as pesquisadoras disseram que é o maior estudo a observar o cádmio medido na urina, o que reflete a exposição em longo prazo entre 10 e 30 anos.
Para o estudo, as pesquisadoras usaram dados do National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES), um estudo nacional representativo da população dos EUA entre 1999 e 2006. Dos mais de 41.000 participantes da pesquisa, as pesquisadoras limitaram sua população de estudo a pessoas com idade entre 20 e 54 anos com informações sobre diagnóstico de endometriose.
Elas então analisaram os dados, dividindo os níveis de cádmio em quatro classes, ou quartis, sendo o primeiro quartil a menor exposição e o quarto a maior exposição. Eles descobriram que os participantes no segundo e terceiro quartis tinham duas vezes mais chances de terem sido diagnosticados com endometriose do que aqueles no primeiro quartil. Os dados também sugerem um aumento de 60% na prevalência de endometriose com base nas concentrações urinárias de cádmio no quarto quartil.
“As descobertas são interessantes, pois o cádmio pode agir como o hormônio estrogênio, e esse hormônio é fundamental para o desenvolvimento da endometriose”, disse Mandy Hall.
As pesquisadoras disseram que mais estudos são necessários para confirmar suas descobertas. A professora Kristen Upson disse que este trabalho faz parte de sua pesquisa mais ampla que analisa os fatores cotidianos que podem aumentar a exposição a metais tóxicos em mulheres, bem como o impacto de metais tóxicos na saúde ginecológica. A professora planeja incorporar fatores ambientais em suas pesquisas em andamento sobre endometriose e outras condições ginecológicas.
Os resultados foram publicados na revista científica Human Reproduction.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade Estadual de Michigan (em inglês).
Fonte: Nardy Baeza Bickel, Universidade Estadual de Michigan. Imagem: gpointstudio via Freepik.
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