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Manutenção simples pode reduzir os riscos de infecção por Legionella em hospitais

Um dos maiores desafios para o manejo da Legionella em sistemas hospitalares é que, em condições desfavoráveis, a Legionella se transforma em um estado que não pode ser detectado por métodos padrão

Janice Haney Carr/CDC via Wikimedia Commons

Fonte

Universidade Flinders

Data

quarta-feira, 21 junho 2023 06:30

Áreas

Bacteriologia. Biologia. Biomedicina. Doenças Infecciosas. Gestão Hospitalar. Imunologia. Microbiologia. Saúde Pública.

Os sistemas de água de um hospital podem ser uma fonte significativa de bactérias Legionella, que pode levar à potencialmente fatal doença dos legionários – mas pesquisadores da Universidade Flinders, na Austrália, provaram que a manutenção simples que envolve a liberação de água quente regularmente e a descarga da tubulação tem um efeito significativo na redução do risco da doença.

Um dos maiores desafios para o manejo da Legionella em grandes sistemas hospitalares é que, em condições desfavoráveis, a Legionella se transforma em um estado (chamado viável, mas não cultivável – VBNC) que não pode ser detectado por métodos padrão.

Para entender a extensão do problema, os pesquisadores da Universidade Flinders conduziram o primeiro estudo abrangente que quantificou todas as bactérias Legionella, incluindo aquelas no estado VBNC, e amebas de vida livre de um sistema de água hospitalar sob condições dinâmicas de fluxo e temperatura.

“Adotamos uma abordagem diferente porque não sabíamos com que frequência o método padrão estava retornando resultados falsos negativos para Legionella e é realmente difícil determinar a abordagem de gerenciamento ideal se você não pode confiar em seu método de teste”, disse a Dra. Harriet Whiley, professora da Universidade Flinders.

O estudo usou um novo método em combinação com os métodos de detecção padrão para examinar o efeito da estagnação temporária da água na Legionella e nas comunidades microbianas presentes no sistema de água de um hospital.

A temperatura da água, número e duração dos eventos de fluxo de água para os lavatórios e chuveiros amostrados foram medidos usando um sistema de monitoramento disponível comercialmente desenvolvido pela Enware Austrália – e a análise demonstrou que 21,8% das amostras foram positivas para Legionella spp., 21% para L .pneumophila, 40,9% para V. vermiformis e 4,2% para Acanthamoeba.

A estagnação temporária da água decorrente do uso intermitente (menos de 2 horas por mês) aumentou significativamente a quantidade de bactérias Legionella.

“A estagnação temporária decorrente do uso intermitente causa a deterioração da qualidade da água – e este estudo identificou que a estagnação temporária por mais de um mês promove a persistência da Legionella”, explicou a professora Whiley.

“Da mesma forma, amebas de vida livre e bactérias heterotróficas presentes neste ambiente estagnado temporário foram positivamente correlacionadas com a Legionella. Todas as amostras positivas para Legionella também foram positivas para ameba. Portanto, a estagnação temporária e a ameba de vida livre devem ser gerenciadas para o controle e prevenção adequados da doença dos legionários”, continuou a Dra. Harriet Whiley.

O estudo também mostrou que o método de cultura microbiológica padrão usado para detectar Legionella retornou um resultado falso negativo para 88% das amostras positivas de Legionella – apontando para a necessidade de pesquisas futuras para investigar as concentrações de Legionella que representam um risco para a saúde pública e informar diretrizes aprimoradas para a bactéria Legionella.

Os resultados foram publicados na revista científica Frontiers in Cellular and Infection Microbiology.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Flinders (em inglês).

Fonte: Universidade Flinders. Imagem: Micrografia eletrônica de varredura colorida (SEM) com ampliação de 5000X, representando um grande agrupamento de bactérias Gram-negativas Legionella pneumophila. Fonte: Janice Haney Carr/CDC via Wikimedia Commons.

 

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