Notícia

Medicamento inalável previne pneumonia grave

Pesquisadores desenvolveram agente de RNA para spray pulmonar que retarda a atividade de macrófagos

macrovector via Freepik (com adaptação)

Fonte

TUM | Universidade Técnica de Munique

Data

domingo, 13 agosto 2023 12:30

Áreas

Biologia. Biomedicina. Bioquímica. Biotecnologia. Desenvolvimento de Fármacos. Engenharia Biológica. Estudo Clínico. Farmacologia. Imunologia. Indústria Farmacêutica. Saúde Pública. Toxicologia.

Células imunológicas excessivamente ativas geralmente estão por trás de danos aos pulmões causados por doenças como a COVID-19. Recentemente, pesquisadores da Universidade Técnica de Munique (TUM) desenvolveram um agente de RNA para um spray pulmonar que retarda a atividade dessas células, conhecidas como macrófagos. Um novo mecanismo de transporte baseado em açúcares é especialmente eficaz em levar o medicamento ao seu alvo.

A equipe liderada pelo Dr. Stefan Engelhardt, professor de Farmacologia e Toxicologia da TUM, desenvolveu um ingrediente ativo baseado em RNA chamado RCS-21 para prevenir inflamação e fibrose pulmonar grave, ou seja, cicatrização do tecido pulmonar, por exemplo, em infecções por SARS-CoV2.

Na célula, o RCS-21 interrompe a atividade da molécula microRNA 21. Esse ácido nucléico, que os pesquisadores estudam há muito tempo, é um dos gatilhos para a atividade excessiva de macrófagos em infecções pulmonares graves.

Drogas se ligam aos receptores de açúcar

Na revista científica Nature Communications, a equipe descreveu como a substância ativa RCS-21 é entregue ao seu alvo de forma particularmente eficaz por meio de um inalador. Para fazer isso, os pesquisadores aproveitaram uma característica especial dos macrófagos. Essas células necrófagas também estão presentes em grande número no pulmão saudável. Lá, elas realizam a importante tarefa de destruir bactérias e esporos de fungos o mais rápido possível. Os macrófagos identificam seus alvos, entre outras coisas, com base em moléculas complexas de açúcar na superfície dos invasores. “Determinamos, em análises de células individuais, que os receptores de açúcar correspondentes estão, por um lado, entre os receptores mais comuns em macrófagos”, disse o professor Stefan Engelhardt. “Por outro lado, os receptores são, de certa forma, uma característica única dos macrófagos – eles dificilmente ocorrem em qualquer outro lugar”.

Assim, a equipe acoplou seu princípio ativo a uma molécula de açúcar, ou mais precisamente à trimanose. Até agora, essa abordagem só havia sido adotada com ingredientes ativos quimicamente menos complexos. Estudos com camundongos produziram resultados claros: “Quando a droga foi administrada em spray, os macrófagos absorveram o ingrediente ativo significativamente melhor do que sem moléculas de açúcar. Em contraste, outros tipos de células até mesmo excluem completamente as moléculas”, disse Christina Beck, doutoranda na TUM e primeira autora do artigo, junto com o Dr. Deepak Ramanujam.

Substância ativa testada com sucesso

Em experimentos com camundongos, o RCS-21 garantiu que o microRNA 21 fosse reduzido em mais da metade em comparação com os animais de controle. Fibrose e inflamação também foram significativamente reduzidas após o tratamento. O aumento da atividade do microRNA-21 também foi interrompido pelo tratamento com RCS-21 em amostras de tecido pulmonar humano infectadas com o coronavírus SARS-CoV-2 em laboratório.

Estudos e financiamento

Os estudos para comprovar a segurança do medicamento já estão em andamento, e os primeiros ensaios clínicos em humanos estão previstos para 2024. A responsabilidade é da RNATICS, uma startup com origem na TUM. Em 2021, a startup recebeu cerca de 7 milhões de euros (cerca de R$ 38 milhões) em financiamento do Ministério Federal Alemão de Educação e Pesquisa (BMBF) para apoiar o desenvolvimento do medicamento.

Cofundador da RNATICS, o professor Stefan Engelhardt vê um grande potencial na tecnologia da manose: “Fomos capazes de mostrar que substâncias ativas baseadas em ácidos nucleicos podem ser usadas de maneira muito direcionada, pelo menos nos pulmões. Essa tecnologia abre um amplo campo para o desenvolvimento de novas drogas baseadas em RNA. Espero que muita coisa aconteça nesta área nos próximos anos”, concluiu o pesquisador.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Técnica de Munique (em inglês).

Fonte: Paul Hellmich, Corporate Communications Center/TUM. Imagem: macrovector via Freepik (com adaptação).

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