Notícia

Novo acelerador de elétrons brasileiro, Sirius analisa amostras de cristais de proteínas do SARS-CoV-2

A amostra analisada nos primeiros experimentos no Sirius foi a proteína 3CL do SARS-CoV-2, produzida e cristalizada no Laboratório Nacional de Biociências (LNBio)

Divulgação, CNPEM

Fonte

CNPEM | Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais

Data

quinta-feira, 16 julho 2020 16:50

Áreas

Física Médica. Proteômica. Doenças Infecciosas.

O novo acelerador de elétrons brasileiro, Sirius, do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), organização social vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTI), realizou os primeiros experimentos em uma de suas linhas de luz no início de julho. A primeira estação de pesquisa a entrar em funcionamento, ainda em estágio de comissionamento, é capaz de revelar detalhes da estrutura de moléculas biológicas, como proteínas virais. Esses primeiros experimentos fazem parte de um esforço do CNPEM para disponibilizar uma ferramenta de ponta à comunidade científica brasileira dedicada a pesquisas com SARS-CoV-2.

Nessas análises iniciais, pesquisadores do CNPEM observaram cristais de uma proteína do coronavírus imprescindível para o ciclo de vida do vírus SARS-CoV-2. Os primeiros resultados revelam detalhes da estrutura dessa proteína, importantes para compreender a biologia do vírus e apoiar pesquisas que buscam novos medicamentos para a COVID-19.

A primeira estação de pesquisa a entrar em funcionamento no Sirius é a linha de luz MANACÁ, dedicada a cristalografia de proteínas. Usando a difração de raios X, esta linha de luz é capaz de revelar a posição de cada um dos átomos que compõem a proteína estudada, o que auxilia os pesquisadores a investigar a sua ação no organismo e sua interação com moléculas que têm potencial para o desenvolvimento de fármacos.

O início dos experimentos nas instalações do Sirius envolveu um minucioso processo de testes, no qual milhares de parâmetros são avaliados para garantir a geração de dados precisos. “Para constatar que a estação de pesquisa está dentro dos parâmetros projetados, gerando resultados confiáveis, resolvemos primeiramente a estrutura de proteínas bem conhecidas, como lisozima – uma molécula presente na nossa lágrima e saliva. Reproduzimos as medidas esperadas para essas amostras-padrão e, então, ao verificarmos a boa performance da máquina, seguimos para a coleta de dados de experimentos reais, com cristais de proteínas do SARS-CoV-2”, explicou a Dra. Ana Carolina Zeri, pesquisadora que coordena a primeira estação de pesquisa a entrar em operação.

Os primeiros experimentos

A amostra analisada nos primeiros experimentos no Sirius foi a proteína 3CL do SARS-CoV-2. Produzida e cristalizada no Laboratório Nacional de Biocências (LNBio), do CNPEM, a 3CL participa do processo de replicação do vírus dentro do organismo durante a infecção. “Inicialmente, reproduzimos a estrutura de uma proteína já conhecida para testar os resultados gerados pela MANACÁ. Com a obtenção de dados confiáveis e competitivos, vamos aprofundar os estudos em biologia molecular e estrutural que integram nossa força-tarefa contra o SARS-CoV-2. Temos vários grupos de pesquisadores mobilizados para investigar os mecanismos moleculares relacionados à atividade dessa proteína, buscar inibidores de sua atividade, estudar outras proteínas virais, gerar conhecimentos que podem apoiar o desenvolvimento de medicamentos contra a doença”, detalhou o Dr. Kleber Franchini, Diretor do LNBio. Os próximos passos da pesquisa do CNPEM integram a Rede Vírus MCTI, comitê de assessoramento estratégico do Ministério que atua na articulação de Unidades de Pesquisa envolvidas no combate ao coronavírus.

Abertura em caráter excepcional à comunidade científica

“Além do nosso compromisso com a agenda pública de pesquisas com o SARS-CoV-2, coordenada pelo MCTI, o início da operação da MANACÁ vai beneficiar a comunidade científica de todo o País. Pesquisadores dedicados a estudar os detalhes moleculares relacionados à doença poderão submeter, a partir da próxima semana, propostas de pesquisa para utilizar essa linha de luz”, anunciou Mateus Cardoso, Chefe da Divisão de Materiais Moles e Biológicos do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) do CNPEM.

Acesse a notícia completa na página do CNPEM.

Fonte: Assessoria de Comunicação, CNPEM. Imagem: Visualização do mapa de densidade eletrônica obtida a partir dos dados de difração do cristal da protease principal de SARS-CoV-2 em experimento na linha MANACÁ do Sirius. Fonte: Divulgação, CNPEM.

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