Notícia

Novos compostos à base de planta podem tratar os transtornos por uso de álcool

Fonte

Universidade Purdue

Data

quarta-feira, 23 março 2022 11:45

Áreas

Bioquímica. Desenvolvimento de Fármacos. Farmacologia. Psiquiatria. Química Medicinal. Saúde Pública. Toxicologia.

Pesquisa Nacional sobre Uso de Drogas e Saúde de 2019 nos EUA relatou que 14,5 milhões de pessoas com 12 anos ou mais têm transtornos por uso de álcool. Isso representa 5,3% da população, de acordo com o Instituto Nacional de Abuso de Álcool e Alcoolismo dos Estados Unidos.

Pesquisadores da Faculdade de Farmácia da Universidade Purdue, do Purdue Institute for Drug Discovery e da Universidade de Washington em St. Louis estão sintetizando compostos para tratar pessoas afetadas pelos transtornos por uso de álcool. A pesquisa foi publicada na revista científica Frontiers in Pharmacology.

O Dr. Richard Van Rijn, professor de Química Medicinal e Farmacologia Molecular na Faculdade de Farmácia de Purdue, liderou a pesquisa em conjunto com o Dr. Susruta Majumdar, professor de Ciências Farmacêuticas na Universidade de Ciências da Saúde e Farmácia em St. Louis e na Escola de Medicina da Universidade de Washington em St. Louis. O Dr. Van Rijn disse que os compostos são baseados em alcaloides encontrados na planta Mitragyna speciosa, ou kratom. Esses compostos podem tratar os transtornos por uso de álcool e têm menos potencial de abuso do que os opioides.

“Podemos sintetizar um derivado do alcaloide natural specioginina da kratom, que tem potência superior para reduzir a ingestão de álcool. Usamos modelos de camundongos para testar o uso de álcool e a avaliação de efeitos adversos, incluindo monitoramento de convulsões ou hiperatividade. Nosso composto sintetizado não apresentou efeitos adversos observados com outros alcaloides de kratom, incluindo potencial de abuso, hiperatividade e convulsões. Como tal, esta molécula pode ter utilidade em humanos no tratamento dos transtornos por uso de álcool.”

Segundo o professor Van Rijn, os alcaloides encontrados na kratom são considerados menos problemáticos do que os opioides sintéticos ou opioides derivados do ópio, como fentanil, morfina e oxicodeína.

“A Agência Antidrogas dos EUA não classificou a kratom como substância de abuso. Mais pesquisas são necessárias para estabelecer isso adequadamente, mas uma hipótese para o menor risco de abuso está relacionada à farmacologia celular”. Mas ainda são necessários vários passos para desenvolver ainda mais o composto para tratar os transtornos por uso de álcool, destacou o Dr. Van Rijn.

“Vamos procurar reduzir quaisquer potenciais efeitos fora do alvo. Os alcaloides da kratom podem interagir com vários receptores não opioides, portanto, melhorar a série atual de moléculas para limitar essas interações tornaria a molécula mais segura. Também precisamos realizar estudos para determinar a meia-vida da droga, como ela é metabolizada e quanto está entrando no cérebro”, concluiu o Dr. Richard Van Rijn.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Purdue (em inglês).

Fonte: Steve Martin, Purdue Research Foundation. Imagem: Arryn Blaine, doutoranda na Faculdade de Farmácia da Universidade Purdue, no laboratório do professor Richard Van Rijn. Fonte: Steve Martin, Purdue Research Foundation.

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