Notícia
Pesquisa propõe tratamento para câncer de colo de útero com redução de efeitos colaterais
Nanofármacos atuam com maior segurança e eficácia, pois têm a capacidade de aumentar a concentração no foco a ser combatido
Getty Images
Fonte
UFC | Universidade Federal do Ceará
Data
terça-feira, 6 outubro 2020 14:10
Áreas
Desenvolvimento de Fármacos. Farmacologia. Nanotecnologia. Oncologia.
Uma pesquisa na área da nanotecnologia realizada pela Universidade Federal do Ceará (UFC), em parceria com a Universidad Autónoma de Guerrero (UAGRO), no México, promete disponibilizar uma terapia inovadora para o câncer de colo de útero, com potencial de aumento da eficácia e redução de efeitos colaterais. O estudo, que já vem sendo feito desde 2018, acaba de ser aprovado em edital para financiamento pelo governo mexicano.
Aprovado em 30ª colocação entre as 319 pesquisas contempladas no edital, o estudo denomina-se “Ação terapêutica de imunolipossoma contendo cisplatina, oxima esteroidal e siRNA contra células troncais cancerosas no tratamento de câncer cervical”. Câncer cervical é outra forma de denominar o câncer de colo de útero, o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina (atrás apenas do câncer de mama e do colorretal), e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil, conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA).
Na UFC, a pesquisa é realizada no Departamento de Farmácia, por meio do Centro de Desenvolvimento e Ensaios Farmacêuticos (CEDEFAR), o qual ficará responsável pela realização dos experimentos de nanotecnologia. Desde 2018, o centro integra o Grupo de Pesquisa em Nanotecnologia (GPNANO), também da UFC, com expertise em desenvolvimento de nanomedicamentos.
“A pesquisa propõe o desenvolvimento de uma formulação do tipo nanomedicamento, chamado imunolipossoma, específico para células do câncer cervical, através de uma terapia inovadora combinando fármacos tradicionais (cisplatina), novos (oxima esteroidal), e altamente seletivos (siRNA), com potencial de aumento da eficácia e redução de efeitos colaterais”, explico o professor Dr. Josimar Eloy, coordenador do CEDEFAR-GPNANO.
Segundo o professor, que é docente da área de nanobiotecnologia e tecnologia farmacêutica, os nanomedicamentos (também chamados de nanofármacos) atuam com maior segurança e eficácia, pois têm a capacidade de aumentar a concentração no foco a ser combatido.
“Os imunolipossomas a serem desenvolvidos são formulações que empregam anticorpos que são reconhecidos especificamente pelo alvo doente – por exemplo, o câncer –, poupando os tecidos sadios da toxicidade do medicamento”, esclarece. Por esta razão, os nanomedicamentos geram efeitos colaterais reduzidos.
O projeto será apoiado ao longo de três anos pelo Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia do México (CONACYT). Nesse período, a UFC deverá receber uma doutoranda e uma pós-doutoranda mexicanas, que irão desenvolver parte da pesquisa no laboratório CEDEFAR-GPNANO.
“O financiamento pelo governo mexicano possibilitará o intercâmbio acadêmico entre a UAGRO e a UFC, permitindo não somente a mobilidade de pesquisadores entre as instituições, bem como a introdução do tema de nanotecnologia, de domínio do grupo brasileiro, na UAGRO, e trará novo ramo de pesquisa ao grupo CEDEFAR-GPNANO da UFC, o estudo de novas opções de tratamento para o câncer cervical”, concluiu o professor Josimar Eloy.
Acesse a notícia completa na página da UFC.
Fonte: Universidade Federal do Ceará. Imagem: Getty Images.
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