Notícia

Pesquisadores descobrem nova análise em amostras de sangue que pode ajudar a desenvolver terapias de precisão para linfoma

Fonte

Universidade de Helsinque

Data

quarta-feira, 30 março 2022 06:25

Áreas

Análises Clínicas. Biomedicina. Bioquímica. Hematologia. Medicina de Precisão. Microbiologia. Oncologia. Saúde Pública.

Em um estudo colaborativo recentemente concluído, pesquisadores da Universidade de Helsinque e do Comprehensive Cancer Center do Hospital Universitário de Helsinque, na Finlândia,  investigaram as características e o significado clínico do DNA tumoral circulante (ctDNA) encontrado no sangue de pacientes com linfoma agressivo.

No estudo, foram analisadas amostras de sangue de pacientes com linfoma tratados em um estudo do Nordic Lymphoma Group, que foram coletadas antes, durante e após o tratamento.

Diagnósticos cada vez mais precisos e terapias mais eficazes

“A análise do ctDNA nas amostras de sangue revelou características diagnósticas significativas, nem todas encontradas em biópsias tumorais regulares”, disse a Dra. Sirpa Leppä, professora da Universidade de Helsinki e do Hospital Universitário de Helsinque.

Os pesquisadores descobriram que a concentração de ctDNA no sangue antes da terapia variava consideravelmente entre os pacientes e era comparável ao volume combinado dos tumores malignos. “Pacientes com os níveis mais altos de ctDNA no momento do diagnóstico do linfoma tiveram a menor probabilidade de sobrevivência”, explicou Leo Meriranta, médico e doutorando da Universidade de Helsinque.

Ao mesmo tempo, as mudanças na concentração de ctDNA durante a terapia refletiram as respostas ao tratamento, pois os pacientes cujo linfoma não foi afetado pelo tratamento foram distinguidos de outros pacientes pelas análises de ctDNA realizadas usando as amostras de sangue de acompanhamento.

Os pesquisadores também investigaram as características estruturais do ctDNA e descobriram que os fragmentos de DNA originários do linfoma eram mais curtos em comparação com os fragmentos de DNA derivados de tecido saudável.

Ao utilizar aprendizado de máquina, os pesquisadores demonstraram que as diferenças no comprimento dos fragmentos de DNA podem ser usadas para prever, por exemplo, a resposta dos pacientes ao tratamento. “Esta descoberta abre novos caminhos para estudar o DNA circulante do tumor”, confirmou Leo Meriranta.

No futuro, os resultados podem servir de base para diagnósticos de linfoma cada vez mais precisos e a classificação de pacientes em diferentes grupos para estudos clínicos de novas terapias, que são fundamentais para identificar opções de tratamento cada vez mais eficazes.

Cuidado cada vez mais personalizado

“À luz das descobertas, os métodos disponíveis para direcionar terapias em linfomas agressivos são insuficientes, enquanto aqueles usados para medir a eficiência das terapias são imprecisos. Isso pode expor os pacientes a tratamentos excessivos e efeitos adversos desnecessários e dificultar a criação de terapias personalizadas para pacientes individuais”, destacou a Dra. Sirpa Leppä.

De acordo com a professora Sirpa Leppä, as análises de ctDNA revolucionarão no futuro o diagnóstico de câncer e a tomada de decisões clínicas, mas são necessárias mais pesquisas sobre os benefícios das descobertas antes que as análises de ctDNA de amostras de sangue se tornem parte dos exames de rotina para pacientes com câncer.

O estudo foi publicado na revista científica Blood.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Helsinque (em inglês).

Fonte: Universidade de Helsinque. Imagem: Laboratório da Dra. Sirpa Leppä, Universidade de Helsinque.

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