Notícia

Pesquisadores descobrem novo alvo de drogas para a doença celíaca

Pesquisadores da Universidade de Dundee identificaram um novo alvo de tratamento para a doença celíaca que pode aliviar a inflamação e liberar opções alternativas de tratamento

Sora Shimazaki via Pexels

Fonte

Universidade de Dundee

Data

quinta-feira, 15 julho 2021 06:20

Áreas

Bioquímica. Farmacologia.

O único tratamento para a doença celíaca – o distúrbio autoimune causado pelo glúten – é uma dieta sem glúten por toda a vida. Há uma necessidade clínica não atendida de opções de tratamento alternativos.

Uma equipe liderada pela Dra. Mahima Swamy na Escola de Ciências da Vida da Universidade de Dundee, no Reino Unido, investigou como a Interleucina 15 (IL-15) leva à ativação das células do sistema imunológico intestinal e identificou PIM quinases como alvos potenciais para reduzir as respostas inflamatórias. As descobertas abrem novos caminhos de pesquisa para investigar se as drogas que visam PIM quinases podem ser usadas para tratar doenças inflamatórias intestinais, particularmente a doença celíaca.

Uma das marcas da doença celíaca é a superexpressão de IL-15 no intestino. A IL-15 atua como um comunicador entre o revestimento do intestino e as células imunes intestinais, e quando o revestimento do intestino está danificado, mais IL-15 é liberado, fazendo com que as células imunológicas matem as células danificadas.

Na doença celíaca e em outras doenças inflamatórias intestinais, a IL-15 é superproduzida, causando extensos danos à parede intestinal. Os estudos revelaram que a IL-15 não apenas desencadeia a atividade citotóxica nas células imunes intestinais, mas também regula diretamente sua proliferação, síntese proteica, metabolismo e expressão de moléculas imunomoduladoras.

A Dra. Mahima Swamy explicou: “Em pacientes com doença celíaca, tanto os níveis de IL-15 quanto os números de linfócitos intraepiteliais (IELs), um tipo de célula T, são aumentados no intestino delgado, levando a danos mediados por células T do revestimento intestinal. Queríamos entender como altos níveis de IL-15 podem fazer com que os IELs danifiquem o tecido intestinal. Mostramos que os pacientes com doença celíaca expressam altos níveis de PIM quinases e, usando modelos animais, mostramos que, sem PIM quinases, os IELs não proliferam, crescem ou aumentam seu maquinário citotóxico”.

“Esses são resultados empolgantes, pois descobrir os mecanismos pelos quais a IL-15 leva a danos mediados por células T no intestino delgado é fundamental no tratamento da doença celíaca”, continuou a pesquisadora.

“Embora ainda estejamos explorando os mecanismos das PIM quinases nos IELs, estamos muito animados com as possibilidades. Os inibidores da quinase PIM estão em testes clínicos de fase I para o tratamento de certos tipos de câncer, portanto, no futuro, esses medicamentos poderiam ser usados ​​para tratar pacientes com doença celíaca, limitando os números de IELs e danos subsequentes ao intestino delgado”, concluiu a Dra. Mahima.

Acesse as Diretrizes Globais da Organização Mundial de Gastroenterologia sobre a Doença Celíaca (em português).

Os resultados da pesquisa foram publicados na revista científica Nature Communications.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Dundee (em inglês).

Fonte: Hannah Adams, Universidade de Dundee. Imagem: Sora Shimazaki via Pexels.

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