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Pesquisadores descobrem polímero natural que facilita liberação de fármacos para o tratamento da candidíase

A quitosana é um biopolímero extraído do exoesqueleto de crustáceos, como lagostas, camarões, siris e caranguejos, e apresenta uma ampla gama de aplicações na área médica, como sistemas de liberação de fármacos, curativos e engenharia tecidual

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Fonte

FAPEMA | Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão

Data

quinta-feira, 9 novembro 2023 17:15

Áreas

Biologia. Biomedicina. Bioquímica. Biotecnologia. Desenvolvimento de Fármacos. Doenças Infecciosas. Entrega de Medicamentos. Microbiologia. Química Medicinal. Saúde da Mulher. Saúde Pública.

A candidíase vulvovaginal persiste como uma preocupante questão de saúde das mulheres e, muitas vezes, seu tratamento depende de medidas terapêuticas. Novas formas de tratamento, com foco na melhor aceitabilidade da paciente e com propriedades biotecnológicas aprimoradas, vêm sendo estudadas e podem ser alternativa aos medicamentos disponíveis no mercado. Esta é a base do estudo ‘Esponjas à base de quitosana contendo clotrimazol para o tratamento tópico da candidíase vulvovaginal’, liderado pela Dra. Fiama Martins, no qual foi desenvolvido um novo sistema de administração de moléculas antifúngicas para o tratamento do problema.

O trabalho, que contou com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA), foi publicado na revista científica International Journal of Pharmaceutics. O artigo é fruto do doutorado de Fiama Martins na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). A quitosana é um biopolímero extraído do exoesqueleto de crustáceos, como lagostas, camarões, siris e caranguejos, e apresenta uma ampla gama de aplicações na área médica, como sistemas de liberação de fármacos, curativos e engenharia tecidual.

A Dra. Fiama Martins informou que o enfoque na saúde da mulher foi o que motivou o desenvolvimento da pesquisa: “A candida é um fungo que faz parte da microbiota natural da parte íntima feminina. Isso faz com que, naturalmente, as mulheres enfrentem episódios com a candidíase pelo menos uma vez ao longo da vida”, explicou a pesquisadora. Para minimizar os efeitos destas ocorrências, foram desenvolvidas formulações de esponjas, baseadas em quitosana eco-formuladas com poli (N-vinilcaprolactama), para a administração tópica de clotrimazol, antifúngico já utilizado para o tratamento deste problema. “As formulações mostraram baixa toxicidade para linhagens celulares, derivadas do trato genital feminino”, ressaltou.

Foram estudadas as propriedades físico-químicas, liberação de medicamento, citotoxicidade e atividade antifúngica das formulações testadas. Os materiais foram testados para atividade anti-candida na qual se observou que a atividade do medicamento foi mantida com sua associação aos biomateriais. O estudo da citotoxicidade, usando linhas celulares do trato vaginal feminino, indicou a biocompatibilidade dos materiais.

De acordo com os resultados apontados pela pesquisadora, as esponjas de quitosana e seus compósitos são promissoras para aplicação no tratamento de candidíase vulvovaginal, devido à sua capacidade de manter a atividade do fármaco e serem biocompatíveis. Foi constatado que altas quantidades do antifúngico clotrimazol poderiam ser incorporadas em esponjas, obtidas por meio de uma simples metodologia de liofilização.

“Essa dinâmica nos permitiu manter o início rápido dos efeitos antifúngicos, os quais testamos em seis diferentes cepas de candida. Avaliamos que, no geral, as formulações propostas de esponjas parecem ser alternativas promissoras para o manejo seguro e eficaz da candidíase. Porém, ainda são necessárias avaliações quanto à segurança e eficácia dessas alternativas, a fim de avançarmos mais”, destacou a pesquisadora.

A pesquisa foi orientada pelo Dr. Emerson de Camargo, professor do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CEPID-CDMF) da UFSCar, tendo coautoria da Dra. Daniella Morgado e colaboração internacional dos pesquisadores portugueses Dr. José das Neves e Dr. Bruno Sarmento, ambos do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) da Universidade do Porto, em Portugal.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da FAPEMA.

Fonte: FAPEMA. Imagem: Divulgação, FAPEMA. Imagem: jcomp via Freepik.

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