Notícia

Primeiro teste do agente anticancerígeno PAC-1 em estudos clínicos em humanos mostra-se promissor

Pesquisadores da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign identificaram pela primeira vez o PAC-1 como um potencial composto anticancerígeno no início dos anos 2000

USC Norris Comprehensive Cancer Center via NCI Visuals Online

Fonte

Universidade de Illinois em Urbana-Champaign

Data

segunda-feira, 2 janeiro 2023 19:05

Áreas

Biologia. Bioquímica. Biotecnologia. Desenvolvimento de Fármacos. Estudo Clínico. Indústria Farmacêutica. Oncologia. Patologia. Saúde Pública.

Um estudo clínico de fase I do Composto Ativador de Procaspase-1 (PAC-1), uma droga que estimula a morte celular programada em células cancerígenas, encontrou apenas efeitos colaterais menores em pacientes com câncer em estágio terminal. A droga interrompeu o crescimento de tumores em cinco pessoas no estudo com cânceres neuroendócrinos e reduziu o tamanho do tumor em dois desses pacientes. Também mostrou alguma atividade terapêutica contra sarcomas, relataram cientistas e médicos na revista científica British Journal of Cancer.

A droga foi identificada e desenvolvida pela primeira vez como um agente anticancerígeno por cientistas da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign, nos Estados Unidos.

“As descobertas do estudo clínico são relevantes porque o medicamento foi testado em um pequeno número de pacientes com doença avançada”, disse o Dr. Arkadiusz Dudek, diretor clínico do estudo e oncologista do HealthPartners Cancer Center no Regions Hospital em St. Paul, Minnesota, e na Clínica Mayo, em Rochester. Os ensaios clínicos de Fase I são projetados para testar se um novo composto de medicamento tem efeitos colaterais preocupantes ou toxicidade em pacientes humanos, explicou o Dr. Dudek. Mas os cientistas também podem procurar evidências precoces de benefícios terapêuticos. O estudo inscreveu pacientes com câncer avançado, que ficaram sem outras opções de tratamento.

“Tivemos pacientes com câncer de cólon, câncer de mama, câncer de pâncreas, adenocarcinoma, melanoma e outros”, disse o cientista.

O estudo clínico – e outro estudo testando o PAC-1 contra câncer cerebral – envolve pacientes e médicos de três instituições: Regions Hospital, Universidade de Illinois em Chicago e Univeraidade Johns Hopkins (JHU).

Os estudos clínicos de Fase I rastreiam os efeitos colaterais em pacientes que primeiro recebem doses muito baixas do composto que está sendo testado. Se o fármaco for bem tolerado e não causar toxicidades perceptíveis ao longo de um mês, a dose é aumentada gradativamente. Esse processo pode levar vários meses antes que uma dose potencialmente terapêutica seja administrada, disse a Dra. Oana Danciu, médica oncologista e diretora de pesquisa clínica do Centro de Câncer da Universidade de Illinois em Chicago, que liderou o ensaio clínico.

Pesquisadores da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign identificaram pela primeira vez o PAC-1 como um potencial composto anticancerígeno no início dos anos 2000, quando descobriram que ele poderia ativar um caminho que é suprimido nas células cancerígenas. A primeira etapa dessa via envolve a conversão da procaspase-3, proteína encontrada na maioria das células, em caspase-3, enzima que, quando ativada, inicia a morte celular programada. Liderada pelo Dr. Paul Hergenrother, professor de Química da Universidade de  Illinois, a equipe da Universidade de Illinois também reconheceu que a procaspase-3 ocorre em maior abundância em muitas células cancerígenas em relação aos tecidos saudáveis. Essa característica, juntamente com sua tendência a não ser ativada em células cancerígenas, tornou-a um bom alvo para terapias anticancerígenas.

Em testes com animais envolvendo cães com linfomas, meningiomas e osteossarcomas de ocorrência espontânea, o Dr. Paul Hergenrother e o Dr. Timothy Fan, professor de Medicina Veterinária da Universidade de Illinois, descobriram que uma formulação inicial de PAC-1 tinha efeitos anticancerígenos. Seu trabalho em células e em animais preparou o terreno para os ensaios clínicos em humanos, que foram iniciados há vários anos com financiamento de um investidor anjo anônimo. O Dr. Paul Hergenrother fundou a empresa de biotecnologia Vanquish Oncology para liderar o esforço.

Os médicos estão atualmente buscando mais financiamento para levar a droga aos ensaios clínicos de fase II, que envolveriam muito mais pacientes com perfis de câncer muito semelhantes entre si.

“Nossa estratégia é descobrir qual tipo de tumor será o mais sensível e persegui-lo. Portanto, estamos muito entusiasmados com os resultados em tumores neuroendócrinos porque não há muitos medicamentos disponíveis para essa doença”, concluiu o Dr. Arkadiusz Dudek.

Mais resultados são esperados em breve de um ensaio clínico de fase I do PAC-1 em pacientes com glioblastoma multiforme, uma forma agressiva de câncer cerebral que tem apenas um medicamento disponível para tratá-lo. No novo ensaio clínico, a equipe combinou o PAC-1 com a temozolomida.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign (em inglês).

Fonte: Diana Yates, Unviersidade de Illinois em Urbana-Champaign. Imagem: células de câncer de pâncreas. Fonte: USC Norris Comprehensive Cancer Center via NCI Visuals Online.

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