Notícia

Serotonina pode estar ligada à consciência somática

Fonte

Universidade McGill

Data

quinta-feira, 27 junho 2019 10:45

Áreas

Bioquímica. Genética. Diagnóstico.

Uma equipe internacional liderada por pesquisadores da Universidade McGill, no Canadá,  descobriu um mecanismo biológico que poderia explicar o aumento da consciência somática, uma condição na qual os pacientes experimentam desconfortos físicos para os quais não há explicação fisiológica.

Pacientes com consciência somática aumentada freqüentemente experimentam sintomas inexplicáveis ​​- dores de cabeça, articulações doloridas, náusea, constipação ou comichão na pele – que causam sofrimento emocional, e são duas vezes mais propensos a desenvolver dor crônica. A condição pode estar associada a doenças como fibromialgia, artrite reumatoide e desordens temporomandibulares, e acredita-se que seja de origem psicológica.

O estudo, recentemente publicado na revista científica Annals of Neurology, usou dados disponíveis através do estudo de coorte “Dor Orofacial: Avaliação Prospectiva e Avaliação de Risco” e demonstra que pacientes que sofrem de sintomas somáticos compartilham uma variante genética comum. A mutação leva ao mau funcionamento de uma enzima crítica para a produção de serotonina, um neurotransmissor com numerosas funções biológicas.

“Estou muito feliz e orgulhosa de que o nosso trabalho fornece uma base molecular para sintomas somáticos intensos”, diz a Dra. Luda Diatchenko, autora principal do novo estudo e professora da Faculdade de Odontologia da Universidae McGill. “Acreditamos que este trabalho é muito importante para os pacientes porque agora podemos fornecer uma explicação biológica de seus sintomas. Acreditava-se muitas vezes que havia problemas psicológicos ou psiquiátricos, que o problema estava na cabeça daquele paciente, mas nosso trabalho mostra que esses pacientes têm níveis mais baixos de serotonina no sangue”, continua a pesquisadora.

Os resultados do estudo lançaram as bases para o desenvolvimento de modelos animais que poderiam ser usados ​​para melhor caracterizar as vias moleculares em consciência somática intensificada. Acima de tudo, os pesquisadores esperam que este trabalho prepare o caminho para opções de tratamento.

“O próximo passo para nós seria ver se somos capazes de atingir os níveis de serotonina, a fim de aliviar esses sintomas”, conclui a Dra. Luda Diatchenko.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade McGill (em inglês).

Fonte: Cynthia Lee, Universidade McGill. Imagem: Pixabay.

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