Notícia

Testosterona pode ajudar a prevenir o diabetes tipo 2 em homens

Após dois anos de tratamento em estudo clínico randomizado, duplo-cego e controlado por placebo, 87 homens do total de 413 (21%) no grupo de placebo tiveram diabetes tipo 2 em comparação com 55 homens do total de 443 (12%) no grupo de testosterona

Pixabay

Fonte

Universidade de Adelaide

Data

quinta-feira, 17 dezembro 2020 12:50

Áreas

Doenças Metabólicas. Metabolismo. Saúde Pública.

A maior pesquisa sobre o tratamento com testosterona já realizada mostrou que, além do efeito do estilo de vida, a testosterona previne ou reverte o diabetes tipo 2 recém-diagnosticado em homens. O estudo, conhecido como T4DM (Testosterona para a prevenção do Diabetes Mellitus), foi liderado pela Universidade de Adelaide, e envolveu seis centros especializados em toda a Austrália.

O T4DM foi um estudo clínico randomizado, duplo-cego e controlado por placebo com duração de dois anos. Os resultados foram publicados na revista científica The Lancet Diabetes & Endocrinology.

O T4DM incluiu mais de 1.000 homens com idade entre 50 e 74 anos que estavam com sobrepeso ou obesos. Todos os homens estavam inscritos no programa de estilo de vida da WW (‘Weight Watchers‘, ou Vigilantes do Peso). Eles poderiam participar de grupos, usar o site, o aplicativo ou qualquer combinação deles. Metade dos homens recebeu uma injeção de testosterona de ação prolongada a cada três meses e a outra metade recebeu um placebo.

Após dois anos de tratamento, 87 homens do total de 413 (21%) no grupo de placebo tiveram diabetes tipo 2 (com base em um teste de tolerância à glicose oral) em comparação com 55 homens do total de 443 (12%) no grupo de testosterona.

Os homens em ambos os grupos perderam peso (em média 3 a 4kg) e a tolerância à glicose normalizou em 43% e 52% dos homens nos grupos de placebo e testosterona, respectivamente.

Outros resultados encontrados nos homens tratados com testosterona em comparação ao grupo placebo:

  • Menor glicemia em jejum
  • Maior diminuição da gordura corporal
  • Aumento na massa muscular esquelética e força de preensão manual
  • Melhorias na função sexual
  • Não houve diferenças no bem-estar ou qualidade de vida.

O efeito adverso mais comum que ocorre em 22% dos homens tratados com testosterona foi um aumento na concentração de glóbulos vermelhos no sangue.

O Dr. Gary Wittert, pesquisador principal e Diretor do Centro de Saúde e Bem-estar Masculino da Universidade de Adelaide, ressaltou: “Os resultados do estudo mostram que, além da modesta perda de peso alcançada com alimentação saudável e aumento da atividade [física], a testosterona mostrou algum benefício na prevenção ou reversão do diabetes tipo 2 recém-diagnosticado”.

“No entanto, os resultados não significam necessariamente que a testosterona deva ser indicada. Sabemos que os homens com risco de diabetes tipo 2 geralmente estão acima do peso e têm, ou estão sob risco de outras doenças crônicas que não foram detectadas ou tratadas adequadamente. Não raro, esses homens também consomem muito álcool e têm distúrbios do sono ou do humor. A perda de peso alcançada por meio de comportamentos de um estilo de vida saudável ​​continua sendo a referência”, continuou o pesquisador.

Mais pesquisas são necessárias para determinar se os efeitos benéficos da testosterona persistem por mais de dois anos, se o tratamento de longo prazo é seguro e se outras formas de testosterona têm benefícios ou riscos semelhantes.

“Escrever uma receita pode ser rápido e fácil, mas isso não substitui a necessidade de realizar uma avaliação abrangente e fornecer uma gestão holística para melhorar a saúde dos homens”, reiterou o professor Wittert.

“Este é um estudo marcante que despertará um interesse renovado na prevenção do diabetes em homens em risco ”, concluiu o professor Dr. Bu Yeap, da Escola de Medicina da Universidade da Austrália Ocidental e presidente da Sociedade de Endocrinologia da Austrália, que também participou do estudo.

Acesse o artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Adelaide (em inglês).

Fonte: Elisa Black, News and Media, Universidade de Adelaide. Imagem: Pixabay.

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