Notícia
Casca do ingá-cipó pode ser usada na produção de álcool em gel
Projeto visa substituir o Carbopol, componente importado cuja intensa demanda atual levou à escassez e à falta do produto no comércio
Hellen Perrone via Wikimedia Commons
Fonte
FAPEAM | Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas
Data
quarta-feira, 23 fevereiro 2022 14:00
Áreas
Biotecnologia. Química.
Estudos apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), têm revelado potenciais benefícios ambientais, econômicos e sociais ao Estado do Amazonas. Entre eles está a pesquisa ‘Obtenção de micro e nanocelulose utilizando como matéria-prima a casca do ingá-cipó via tratamento químico e avaliação na preparação de álcool gel’.
O projeto visa substituir o Carbopol, componente importado cuja intensa demanda atual levou à escassez e à falta do produto no comércio. O estudo, em andamento, é amparado pelo Programa Mulheres na Ciência, Edital 001/2021 da FAPEAM.
A Dra. Margarida Carmo de Souza, coordenadora da pesquisa, doutora em Química pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e professora da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), observou que, atualmente, na busca pela sustentabilidade, várias pesquisas estão sendo realizadas para garantir a preservação ambiental e proporcionar um melhor aproveitamento de resíduos, bem como contribuir para a economia, sociedade e ambiente.
“Nesse sentido, estamos estudando o uso da casca do ingá-cipó para fins tecnológicos. Essa espécie é amplamente distribuída e cultivada na Amazônia e na América Central e a casca é o componente majoritário do fruto, cerca de 53% de sua massa. Essas cascas são grande fonte de biomassa lignocelulósica e acabam sendo desperdiçadas, gerando acúmulo de lixo orgânico. Portanto, a importância é usar o descarte do fruto e agregar valor ao que atualmente é lixo”, explicou a Dra. Margarida Souza.
De acordo com a pesquisadora, o estudo está sendo realizado nos laboratórios do Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia (ICET) da UFAM, com a coleta da matéria-prima de áreas da cidade de Itacoatiara (distante 176 quilômetros de Manaus) e comunidades adjacentes.
“A pesquisa se encontra na fase de caracterização físico-química e morfológica do material obtido, que é feita através de amostras de infravermelho, difração de raios X, microscopias eletrônicas de varredura e transmissão”, acrescentou.
Conforme o cronograma, após essa fase, o estudo segue para a preparação do álcool gel de micro ou nanocelulose.
As amostras de álcool gel obtidas nas diferentes proporções de micro e nanocelulose serão avaliadas quanto às propriedades reológicas (como viscosidade e taxa de cisalhamento) e propriedades microbiológicas, por parceiros de pesquisa em laboratórios de Ciência e Engenharia de Materiais da UFAM, Campus Manaus.
“Após obtenção e caracterização do material, fazendo uso de metodologia descrita no Formulário Nacional da Farmacopeia Brasileira, substituiremos o componente gelificante pelo material obtido na pesquisa”, completou a pesquisadora.
Acesse a notícia completa na página da FAPEAM.
Fonte: Valdete Araújo, Decon/FAPEAM. Imagem: Ingá-cipó. Fonte: Hellen Perrone via Wikimedia Commons.
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