Notícia

Malária resistente a drogas pode se espalhar no Sudeste Asiático

Linhagem de parasitas do P. falciparum pode levar a taxas de falha alarmantes para a DHA-piperaquina, um dos mais importantes medicamentos anti-malária, no Camboja, Tailândia e Vietnã

Freepik

Fonte

Universidade de Oxford

Data

terça-feira, 23 julho 2019 16:15

Áreas

Parasitologia. Saúde Pública.

A DHA-piperaquina não deve mais ser usada para tratar a malária por Plasmodium falciparum no Camboja, Vietnã e nordeste da Tailândia, pois é ineficaz e, portanto, contribui para o aumento da transmissão da malária, de acordo com pesquisadores da Universidade de Oxford, do Reino Unido. O estudo foi publicado na revista científica The Lancet Infectious Diseases.

Os pesquisadores pediram uma ação urgente para eliminar a malária por Plasmodium falciparum da sub-região do Grande Mekong para evitar o aumento local dessas cepas multi resistentes e sua disseminação para outras partes da Ásia e da África e evitar uma potencial emergência global de saúde.

“A resistência às nossas drogas antimaláricas está piorando e se espalhando na sub-região oriental do Grande Mekong”, disse o professor da Universidade de Oxford, Dr. Nick White. “Precisamos urgentemente eliminar a malária nesta região e agir agora para evitar a disseminação desses parasitas resistentes a múltiplas drogas para outras partes da Ásia e da África Subsaariana. Quando a resistência às drogas antimaláricas anteriores surgiu no sudeste da Ásia e se espalhou para a África, milhões de crianças morreram como consequência”, ressalta o pesquisador.

As mortes por malária caíram significativamente após a introdução no final da década de 1990 da terapia de combinação de artemisinina (ACT) – onde a artemisinina,a droga mais eficaz contra a malária – é combinada com outra droga anti-malária, a piperaquina.

No entanto, em 2014, o estudo Tracking Resistance to Artemisinin Collaboration (TRAC) publicado na revista New England Journal of Medicine (NEJM) relatou que a resistência à artemisina no P. falciparum – a forma mais letal de parasita causador da malária e a mais prevalente na África e Ásia – foi difundida em toda a sub-região do Grande Mekong.

Desde então, o progresso global contra a malária estagnou. De fato, os números de casos aumentaram globalmente nos últimos três anos, com estimados 219 milhões de casos de malária (contra 217 milhões em 2016) e 435.000 mortes relacionadas à malária em 2017, a maioria crianças com menos de 5 anos na África Subsaariana, de acordo com o Relatório Mundial da Malária da OMS de 2018.

Embora ainda não haja relatos de resistência à artemisinina na África, os pesquisadores pedem a eliminação dos parasitas P. falciparum altamente resistentes a medicamentos no Sudeste Asiático para preservar a eficácia da DHA-piperaquina e de outros ACTs na África e em outros lugares da Ásia e evitar emergência global de saúde.

“Dados de vigilância genética mostram que os parasitas resistentes do P. falciparum estão evoluindo ainda mais, desenvolvendo novas mutações que os tornam mais resistentes e capazes de se espalhar regionalmente e tomar conta de populações parasitas inteiras”, disse o Dr. Olivo Miotto, professor da Universidade de Oxford. “Devemos agir rapidamente para impedir que a situação piore”. concluiu o especialista.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Oxford (em inglês).

Fonte: Universidade de Oxford. Imagem: Freepik.

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