Notícia
Novo medicamento traz esperança para quem sofre de enxaqueca
Estudo envolveu 170 pacientes que viviam com ataques de enxaqueca graves e frequentes (enxaqueca crônica) e que tinham reportado ineficácia em vários tratamentos preventivos em três centros especializados em dor de cabeça na Austrália
Ivan Aleksic via Unsplash
Fonte
Universidade Monash
Data
quarta-feira, 28 outubro 2020 11:55
Áreas
Desenvolvimento de Fármacos. Farmacologia.
Um estudo recente da Universidade Monash, na Austrália, mostrou a eficácia do medicamento Erenumab (Aimovig) para quem sofre de enxaqueca crônica.
Envolvendo 170 pacientes que viviam com ataques de enxaqueca graves e frequentes (enxaqueca crônica) e que tinham reportado ineficácia em vários tratamentos preventivos em três centros especializados em dor de cabeça na Austrália, os resultados revelaram que, após a prescrição do medicamento Erenumabe e após um intervalo de tempo de apenas três meses, 58,8% dos pacientes tinha pelo menos reduzido à metade o número de dias de ‘crise de enxaqueca’ por mês. Este resultado foi mantido durante seis meses, com 50% dos pacientes experimentando metade do número de dias com enxaqueca que tinham no início do estudo.
O Erenumab foi recentemente retirado do processo de aprovação do Comitê Consultivo de Benefícios Farmacêuticos (PBAC) na Austrália. No entanto, as descobertas, publicadas na revista científica Headache: The Journal of Head and Face Pain, demonstram que o Erenumab é uma terapia eficaz e bem tolerada para a enxaqueca em pacientes crônicos, apesar de permanecer fora do alcance da maioria das pessoas devido ao custo.
O estudo, liderado pela Dra. Elspeth Hutton, professora do Departamento de Neurociências da Universidade Monash, foi realizado entre outubro de 2018 e abril de 2020 e examinou a eficácia da droga em dois grupos de pacientes com idade média de 46 anos, sendo 90% mulheres.
Um deles foi o “grupo de familiarização do produto”, que recebeu o medicamento prescrito pelo seu neurologista ou médico da dor sem nenhum custo, devido à complexidade de sua condição. Frequentemente, eram pacientes que usavam excessivamente medicação analgésica para alívio da dor ou que reportaram insucesso em várias terapias preventivas e provavelmente seriam excluídos dos testes tradicionais de medicamentos. O outro grupo era o grupo de ‘acesso pago’, que incluía pacientes que podiam acessar Erenumab em um programa de pagamento após um teste gratuito de três meses.
O Erenumab pertence a um de um grupo de quatro novas terapias projetadas especificamente para a enxaqueca, conhecidas como anticorpos monoclonais CGRP. Esses são os primeiros medicamentos disponíveis desenvolvidos especificamente para prevenir a enxaqueca, com uma alta taxa de eficácia e tolerabilidade.
Semelhantes ao medicamento Erenumab, o Galcanezumab (Emgality) e o Fremanezumab (Ajovy), receberam a aprovação do PBAC na Austrália. No Brasil, os medicamentos Erenumab, Galcanezumab e Fremanezumab têm aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Essas drogas representam um avanço significativo no tratamento da enxaqueca e, com muitos pacientes descrevendo-as como ‘transformadoras’, elas trazem uma nova esperança para muitos que vivem com a doença”, concluiu a pesquisadora.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade Monash (em inglês).
Fonte: Universidade Monash. Imagem: Ivan Aleksic via Unsplash.
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