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Pesquisa identifica neurônios ligados a ações contra a obesidade

Pesquisadores usaram técnicas bioquímicas sofisticadas para ativar e desativar neurônios do tronco cerebral sensíveis à temperatura

Divulgação, Universidade Princeton

Fonte

Universidade Princeton

Data

sábado, 29 junho 2019 14:30

Áreas

Bioquímica. Obesidade. Saúde Pública.

Estratégias eficazes de perda de peso exigem comer menos ou queimar mais calorias – ou, idealmente, ambos. Mas para quem sofre de obesidade, uma doença que contribui, por exemplo, para doenças cardíacas, a mudança comportamental é difícil de realizar ou não é eficaz o suficiente, e é por isso que os cientistas há muito buscam drogas que ajudem as pessoas a perder peso. No entanto, tratamentos eficazes e duradouros têm sido uma ilusão.

Em artigo publicado no dia 27 de junho na revista científica Cell, uma equipe de pesquisa liderada pela Universidade Princeton, nos Estados Unidos, propõe um novo caminho na busca por drogas anti-obesidade. A equipe descobriu que um grupo de células cerebrais que anteriormente demonstraram regular a fome também controla o gasto de energia. E como nosso peso corporal depende tanto das calorias que consumimos quanto da energia que queimamos, suas descobertas podem levar a um novo tipo de medicação para perda de peso que atua nos dois lados da equação energética, disse o Dr. Alexander Nectow, pesquisador visitante no Instituto de Neurociências de Princeton e autor sênior do estudo.

“A descoberta de que esses neurônios podem ser modulados para diminuir a fome e aumentar o gasto de energia aponta para seu potencial como novos alvos para o desenvolvimento de medicamentos contra a obesidade”, afirmou a Dra. Tania Das Banerjee, uma das co-autoras do estudo.

A maioria das pesquisas sobre obesidade tem se concentrado nos mecanismos biológicos que governam o quanto comemos. No entanto, manipular os circuitos neurais que controlam nossa ingestão de calorias não levou a drogas anti-obesidade bem sucedidas, então os pesquisadores voltaram seu foco para os processos pelos quais nós queimamos energia.

Mamíferos como ratos e humanos gastam energia de várias maneiras, e produzir calor é um dos mais importantes. Quando a temperatura ambiente cai, queimamos mais energia para manter uma temperatura corporal estável; quando a temperatura aumenta, queimamos menos. Nós até possuímos uma forma especial de tecido adiposo, conhecida como gordura marrom, que é queimada para produzir calor diretamente.

Os cientistas sabiam que algumas populações de neurônios sensíveis à temperatura na região do hipotálamo do cérebro desempenham um papel na regulação da produção de calor e, portanto, no gasto de energia. Mas eles não sabiam exatamente como esses neurônios exerciam sua influência, ou se outras células fora do hipotálamo poderiam desempenhar um papel semelhante.

Mapeamento cerebral

Os pesquisadores começaram mapeando as regiões do cérebro ativadas por um aumento na temperatura ambiente. Eles usaram uma técnica avançada de imageamento 3D (iDISCO) para examinar os cérebros de camundongos expostos a temperaturas quentes, procurando sinais de atividade neuronal.

Como esperado, a equipe viu atividade no hipotálamo. Mas eles também viram a atividade entre um grupo particular de neurônios em uma parte do tronco cerebral conhecida como núcleo dorsal da rafe – e, para surpresa dos pesquisadores, estes eram os mesmos neurônios que, apenas dois anos antes, o laboratório tinha encontrado como cruciais para controlar a fome.  “Nossas novas descobertas demonstram que esses neurônios regulam o balanço de energia através do controle da alimentação e do gasto de energia, e que isso é mediado por mecanismos de circuito parcialmente sobrepostos”, afirmou o Dr. Alexander Nectow.

A possibilidade de que essas células, que o laboratório já havia chamado de “neurônios da fome”, pudesse regular tanto o apetite quanto o gasto de energia levantou a perspectiva de que eles poderiam servir como importantes focos no gerenciamento do peso corporal.

Os pesquisadores usaram técnicas bioquímicas sofisticadas para ativar e desativar alternadamente esses neurônios do tronco cerebral sensíveis à temperatura. Eles descobriram que a ativação dos neurônios reduzia a temperatura da gordura marrom dos animais, que é queimada para gerar calor, e também reduzia a temperatura corporal. Já desativando estes neurônios, aumentava a produção de calor – e, como os cientistas haviam mostrado anteriormente, os animais ficavam menos famintos.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Princeton (em inglês).

Fonte: Universidade Princeton. Imagem: Divulgação, Universidade Princeton.

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