Notícia
Pesquisadores desenvolvem nanopartículas com potencial contra câncer de pele
Substância é produzida a partir de uma planta medicinal conhecida por “flor-do-cerrado” e “jenipapinho”
Aline Lins
Fonte
UFPB | Universidade Federal da Paraíba
Data
sábado, 16 janeiro 2021 15:40
Áreas
Farmacologia. Nanotecnologia. Oncologia.
Pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e da Universidade Federal do Piauí (UFPI) desenvolveram nanopartículas com alto potencial para aplicação na produção de novos medicamentos com atividade antitumoral, especialmente para o tratamento de câncer de pele.
As nanopartículas foram desenvolvidas a partir da Tocoyena hispidula Standl (Rubiaceae), uma planta medicinal nativa do Brasil conhecida popularmente por “flor-do-cerrado”, “angelca” e “jenipapinho”, muito comum nas regiões Norte e Nordeste na forma de arbustos ou subarbustos.
Tradicionalmente, as raízes dessa planta são utilizadas no combate a dor de barriga e inflamação do útero. O estudo feito pelos pesquisadores das duas universidades federais acerca dos efeitos dessa planta sobre células tumorais humanas é pioneiro e os efeitos observados foram melhorados com o uso da nanotecnologia, através da encapsulação da droga extraída.
O projeto foi coordenado pelo Dr. Juan Carlos Gonçalves, professor do Departamento de Ciências Farmacêuticas (DCF) da UFPB e pesquisador do Laboratório de Oncofarmacologia (OncoFar/UFPB), em parceria com a Universidade Federal do Piauí, e recebeu auxílio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí (FAPEPI). Além do professor Juan Gonçalves, também são responsáveis pela pesquisa os professores Dr. Anderson Nogueira Mendes e Dra. Mariana Helena Chaves, ambos da UFPI, e os alunos de pós-graduação da UFPI Elcilene Alves de Sousa, Felipe Alves Batista e Railson Pereira Souza.
A pesquisa vem sendo desenvolvida há três anos, tendo sido feitos os testes em células de melanoma in vitro. Os estudos pré-clínicos realizados pelo grupo de pesquisadores evidenciaram a atividade citotóxica antitumoral do extrato obtido das folhas de T. hispidula Standl, demonstrando o potencial dessas drogas para o desenvolvimento de novos medicamentos para o combate ao câncer.
O produto nanoparticulado possui alta eficácia contra células cancerígenas e baixa toxicidade contra células normais. A perspectiva agora é a obtenção de recursos para as próximas etapas: os testes in vivo e clínicos. “Ainda precisamos investigar os mecanismos da droga nessas células e avaliar sua toxicidade em animais, antes de avançarmos para os testes clínicos”, explicou o professor Juan Gonçalves.
De acordo com o coordenador do projeto, desde 1995 tem ocorrido a aprovação clínica de nanopartículas com ação anticancerígena, como Doxil, Abraxane e outras. No entanto, nenhum medicamento desse tipo foi desenvolvido no Brasil ainda, apesar do enorme potencial e biodiversidade.
Acesse a notícia completa na página da UFPB.
Fonte: Aline Lins, UFPB. Imagem: Aline Lins.
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