Notícia

Pesquisadores desenvolvem teste rápido e barato para detectar icterícia em bebês

Fonte

Universidade Monash

Data

segunda-feira, 28 junho 2021 07:10

Áreas

Diagnóstico.

Uma nova solução apresentada por pesquisadores da Universidade Monash, na Austrália, poderá ser usada para o diagnóstico de icterícia neonatal em ambientes domiciliares e hospitalares.

Os pesquisadores, liderados pelo professor Dr. Wei Shen e pelo Dr. Weirui Tan, do Departamento de Engenharia Química de Monash, em colaboração com o Dr. James Doery e a Dra. Katrina Harris, desenvolveram um teste em papel para os níveis de bilirrubina, que fornece resultados em menos de 10 minutos a um custo de cerca de 60 centavos de dólar australiano (cerca de R$ 2,25).

O pequeno volume de amostras e reagentes necessários e um kit simples pode significar que um dia bebês em áreas remotas ou em países com poucos recursos, poderiam ter seus níveis de bilirrubina facilmente monitorados. O uso desse dispositivo pode liberar a pressão sobre os recursos hospitalares nas grandes cidades, incluindo a pressão da escassez de leitos em hospitais.

“O tratamento doméstico da icterícia é atualmente limitado por equipamentos caros de fototerapia, consultas de enfermagem para exames invasivos de volume sanguíneo moderado e atrasos na disponibilização dos resultados sanguíneos”, disse a Dra. Katrina Harris, chefe médica do Monash Children’s Hospital at Home.

O método desenvolvido pela equipe de pesquisa envolve a aplicação de sangue diretamente em um sensor microfluídico em uma tira de papel capaz de separar o plasma do sangue total e medir a bilirrubina por um método de diazotização colorimétrico.

“O aspecto mais promissor da abordagem de detecção por tira de papel para medição de amostra de sangue neonatal foi verificado em comparação com o método laboratorial de patologia hospitalar atual. E isso pode ser feito na casa da família, em qualquer lugar do mundo, com resultados quase instantâneos”, disse o Dr. Shen.

A icterícia é uma condição comum que afeta cerca de 60% dos recém-nascidos. Os níveis de bilirrubina de um recém-nascido atingem o pico por volta dos dois a quatro dias de idade, geralmente quando já estão de volta para casa.

No entanto, a icterícia grave pode causar danos cerebrais se não tratada. O bebê afetado geralmente precisa de uma visita domiciliar de uma enfermeira e um exame de sangue, o que pode ser caro e leva tempo para que os resultados determinem se a readmissão hospitalar é necessária.

“O procedimento atual, adotado pelo Monash Children’s Hospital, para monitorar neonatos que receberam alta três dias após o nascimento é por meio de visitas domiciliares por enfermeiras que coletam amostras de sangue dos recém-nascidos e realizam análises de bilirrubina do sangue no hospital. Esse processo é seguido por médicos que tomam decisões sobre o tratamento e enfermeiras revisitam os bebês para fornecer tratamentos. Tal atraso na análise e no processo de feedback pode prolongar o tratamento e aumentar o risco de bebês com icterícia”, disse o Dr. Harris.

“Se não forem tratados, altos níveis de bilirrubina podem resultar em comprometimento do cérebro. Esta análise simples, rápida, precisa, de baixo custo e oportuna da bilirrubina total no local de atendimento resolve  uma necessidade não atendida, especialmente em áreas com recursos limitados”, continuou o pesquisador.

Usando amostras de sangue de recém-nascidos ictéricos entre as idades de 1-15 dias, fornecidas pelo Monash Children’s Hospital, o novo dispositivo foi testado para rastrear os níveis de bilirrubina abaixo ou acima do limite de concentração com base na comparação da intensidade da cor.

O novo sensor na tira de papel gera distribuição uniforme de cores no papel, eliminando o efeito de “mancha de café” por meio de dois mecanismos. “Isso melhora a precisão da avaliação colorimétrica em dispositivos analíticos baseados em papel”, concluiu o Dr. Tan.

Os resultados foram publicados na revista científica Lab on a Chip.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Monash (em inglês).

Fonte: Universidade Monash. Imagem: Pixabay.

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