Notícia
Plasma de cavalos infectados tem anticorpos potentes contra a COVID-19
Estudo mostra que soro é até 100 vezes mais potente que vírus
Pixabay
Fonte
Agência Brasil
Data
quinta-feira, 13 agosto 2020 10:20
Áreas
Bioquímica. Biotecnologia. Desenvolvimento de Fármacos. Doenças Infecciosas. Saúde Pública.
Trabalhos iniciados em maio deste ano por pesquisadores brasileiros de várias instituições científicas verificaram que soros produzidos por cavalos para o tratamento da COVID-19 têm, em alguns casos, até 100 vezes mais potência em termos de anticorpos neutralizantes do vírus gerador da doença. A informação foi dada à Agência Brasil pelo coordenador do projeto, Dr. Jerson Lima Silva, do Instituto de Bioquímica Médica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
O pesquisador apresenta os resultados dos estudos no dia 13 de agosto, durante simpósio sobre a COVID-19 na Academia Nacional de Medicina (ANM). Na ocasião, O Dr. Jerson Lima Silva anuncia também o depósito de patente para garantia do processo tecnológico produzido no Brasil e a submissão de publicação no MedRxiv, que é um repositório de resultados preprint, ou seja, pré-publicados. Silva é também presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ).
Quando começou, o projeto visava obter gamaglobulina purificada, material biológico mais elaborado do que soros antiofídicos e antitetânicos. Esse soro é chamado hiperimune ou gamaglobulina hiperimune porque os pesquisadores inocularam o antígeno, durante três semanas, nos plasmas de cinco cavalos do Instituto Vital Brazil (IVB), laboratório oficial do governo fluminense.
Os animais foram inoculados com a proteína S recombinante do novo coronavírus, produzida no Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (COPPE/UFRJ) e, após 70 dias, os plasmas dos equinos apresentaram anticorpos neutralizantes 20 a 100 vezes mais potentes contra o novo coronavírus do que os plasmas de pessoas que tiveram COVID-19 e estão em convalescência, disse o Dr. Jerson Lima Silva.
Patente
Os resultados positivos levaram ao pedido de patente, relativo ao processo de produção do soro anti-COVID-19, a partir da glicoproteína da espícula (coroa) do vírus com todos os domínios, preparação do antígeno, hiperimunização dos equinos, produção do plasma hiperimune, produção do concentrado de anticorpos específicos e do produto finalizado, após a sua purificação por filtração esterilizante e clarificação, envase e formulação final. O trabalho científico envolveu parceria da UFRJ, IVB, Coppe/UFRJ e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Acesse a notícia completa na página da Agência Brasil.
Fonte: Alana Gandra e Graça Adjuto, Agência Brasil. Imagem: Pixabay.
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