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Teste com o gene do tumor pode ajudar a antecipar prognóstico do câncer de ovário

Equipe global de pesquisadores desenvolveu um teste que pode ajudar a prever a evolução de mulheres com diagnóstico de câncer de ovário e abrir caminho para um tratamento personalizado

Divulgação, UNSW

Fonte

Universidade de Nova Gales do Sul

Data

segunda-feira, 17 agosto 2020 14:25

Áreas

Diagnóstico. Microbiologia. Oncologia. Saúde da Mulher.

Um teste de tumor pode ajudar a identificar pacientes com câncer de ovário com previsão de sobrevida limitada e, no futuro, informar novas abordagens terapêuticas, mostraram os resultados de uma importante colaboração internacional.

A pesquisa foi liderada pela Escola de Medicina da Universidade de Nova Gales do Sul (UNSW), na Austrália, e envolveu 125 pesquisadores de 86 instituições, incluindo a Universidade do Sul da Califórnia (USC) e a Clínica Mayo, nos Estados Unidos, Universidade de Cambridge, no Reino Unido, Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, e o Centro de Câncer Peter MacCallum, na Austrália. Os resultados foram publicados na revista cientifica Annals of Oncology.

Em 2020, está previsto que 1.532 mulheres australianas serão diagnosticadas com câncer de ovário e 1.068 morrerão da doença este ano. A sobrevida é baixa e o tipo estudado neste trabalho – câncer de ovário seroso de alto grau – é o tipo que tem a pior sobrevida. O câncer de ovário é o oitavo tipo de câncer mais comum em mulheres, e foram quase 300.000 novos casos globais em 2018.

“Conduzimos uma análise de 3.769 amostras de tumor de mulheres com câncer de ovário e descobrimos que podíamos usar de forma confiável um pedaço do tumor para determinar quão boas seriam as chances de sobrevivência de uma mulher cinco anos após o diagnóstico”, disse a Dra. Susan Ramus, autora principal do estudo e professora da UNSW.

Os pesquisadores descobriram que seu teste de expressão gênica teve um desempenho substancialmente melhor na previsão da sobrevivência do que apenas usar a idade da paciente e o estágio do câncer. “Quando as mulheres foram divididas em cinco grupos, descobrimos que as mulheres cuja expressão do gene tumoral estava associada com o melhor prognóstico tinham nove anos de sobrevivência, enquanto as mulheres no grupo de pior sobrevivência tinham dois anos de sobrevivência, o que é uma diferença muito grande. Nossa visão é que os médicos poderiam usar nosso teste no diagnóstico para identificar o grupo de pacientes que não se sairiam bem com os tratamentos atuais e, potencialmente, oferecer alternativas – por exemplo, podemos ser capazes de colocar essas pacientes em ensaios clínicos e oferecer a elas diferentes tratamentos que podem melhorar sua sobrevivência”, acrescentou a Dra. Susan Ramus.

Para o estudo, a equipe usou um conjunto de amostras de treinamento e um conjunto de teste – quase 4.000 amostras no total.

“Usando novas abordagens estatísticas, analisamos dados de seis estudos de expressão gênica anteriores, o que nos ajudou a identificar genes que podem estar envolvidos na sobrevivência do câncer de ovário seroso de alto grau”, disse o Dr. Joshua Millstein, primeiro autor do artigo e professor da USC.

Depois de reunir um painel de cerca de 500 genes candidatos, a equipe mediu a expressão gênica nas 4000 amostras usando a plataforma NanoString.

“Para prever a sobrevivência a partir da expressão do gene, escolhemos um dos quatro métodos de aprendizado de máquina, uma abordagem chamada ‘rede elástica’, que teve o melhor desempenho nos dados de treinamento”, disse o Dr. Millstein.

“Alguns dos genes que identificamos como preditores de sobrevida boa ou ruim podem ser alvos potenciais para novos tratamentos. No momento, a maioria das pacientes com câncer de ovário recebe o mesmo tratamento – não é como o câncer de mama ou outros tipos de câncer, onde pode ser selecionada uma variedade de tratamentos. Portanto, esta é uma forma de estratificar os pacientes e, potencialmente, oferecer um tratamento mais personalizado no futuro”, destacou a Dra. Susan Ramus.

Para validar ainda mais as descobertas, a equipe de pesquisa deseja incluir o teste em um estudo prospectivo e em estudos clínicos. “Potencialmente, poderíamos incorporá-lo a um estudo clínico para que as mulheres com baixa sobrevida pudessem obter tratamentos alternativos o mais rápido possível”, concluiu a Dra. Ramus.

Os pesquisadores esperam que seu teste esteja pronto para uso clínico em um futuro próximo. O estudo está disponível online e foi financiado pelo Instituto Nacional de Câncer dos Estados Unidos.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Nova Gales do Sul (em inglês).

Fonte: Isabelle Dubach, UNSW. Imagem: Divulgação.

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