Notícia

Infecção pelo sarampo reduz a proteção contra outras doenças

Estudo é o primeiro a medir o dano imunológico causado pelo vírus e ressalta o valor da prevenção da infecção pelo sarampo através da vacinação

Ministério da Saúde

Fonte

Escola Médica da Universidade Harvard

Data

sábado, 2 novembro 2019 14:45

Áreas

Imunologia. Vacinas. Saúde Pública.

Ao longo da última década, surgiram evidências de que a vacina contra o sarampo protege não de uma, mas de duas maneiras: não apenas evita a conhecida doença aguda com manchas e febre que frequentemente faz com que crianças sejam hospitalizadas, mas também parece proteger contra outras infecções em longo prazo.

Alguns pesquisadores sugeriram que a vacina dá um “impulso geral” ao sistema imunológico. Outros levantaram a hipótese de que os efeitos protetores estendidos da vacina decorrem da prevenção da própria infecção pelo sarampo. De acordo com essa teoria, o vírus pode prejudicar a memória imunológica do corpo, causando a chamada amnésia imunológica. Ao proteger contra a infecção pelo sarampo, a vacina impede que o corpo perca ou “esqueça” sua memória imunológica e preserva sua resistência a outras infecções. Pesquisas anteriores sugeriram os efeitos da amnésia imunológica, mostrando que a supressão imunológica após a infecção pelo sarampo pode durar até dois a três anos.

No entanto, muitos cientistas ainda debatem qual hipótese está correta. Entre as questões críticas estão: Se a amnésia imune é real, como exatamente isso acontece e qual a gravidade?

Um estudo recente de uma equipe internacional de pesquisadores liderados por pesquisadores da Escola Médica e da Escola de Saúde Pública da Universidade Harvard e do Hospital Brigham and Women’s oferece algumas respostas a estas hipóteses. Publicado em 31 de outubro na revista científica Science, os pesquisadores mostram que o vírus do sarampo destrói 11% a 73% dos diferentes anticorpos que protegem contra cepas virais e bacterianas às quais uma pessoa era imune anteriormente – qualquer coisa, desde influenza a herpes-vírus. Portanto, se uma pessoa tiver 100 anticorpos diferentes contra a catapora antes de contrair sarampo, ela poderá ter apenas 50 ao se curar do sarampo, cortando sua proteção contra catapora pela metade. Essa proteção pode diminuir ainda mais se alguns dos anticorpos perdidos forem defesas potentes conhecidas como anticorpos neutralizantes.

O estudo é o primeiro a medir o dano imunológico causado pelo vírus e ressalta o valor da prevenção da infecção pelo sarampo através da vacinação, enfatizaram os especialistas. “A ameaça que o sarampo representa para as pessoas é muito maior do que imaginávamos. Agora entendemos que o mecanismo oferece um perigo prolongado devido ao apagamento da memória imunológica, demonstrando que a vacina contra o sarampo é de benefício ainda maior do que sabíamos”, disse o Dr. Stephen Elledge, professor da Universidade Harvard.

A descoberta de que o sarampo esgota os repertórios de anticorpos das pessoas, apagando parcialmente a memória imune dos patógenos, apóia a hipótese de amnésia imune.

Vacinação contra o sarampo no Brasil

De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil atingiu a meta de vacinação de sarampo de 2019 com 95% de cobertura vacinal em crianças de 1 ano. Catorze estados superaram o índice de 95% das crianças vacinadas. Outros 12 estados e o Distrito Federal ainda precisam buscar a meta para evitar a doença. O anúncio foi feito no dia 29 de outubro, em Brasília (DF), durante o balanço das ações do Ministério da Saúde da primeira etapa da Campanha Nacional de Vacinação contra o sarampo, quando crianças de seis meses a menores de cinco anos tiveram a caderneta de vacinação avaliada.

Os estados que atingiram a meta de vacinação são: Alagoas, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Espírito Santo, Ceará, Paraná, Santa Catarina, Sergipe, Rio Grande do Sul, Tocantins, Goiás, São Paulo e Paraíba. Em relação aos municípios, 34,5% (1.923) precisam reforçar os esforços para atender a meta de vacinação. A partir de 18 de novembro, a segunda etapa da campanha se inicia. Um novo grupo, composto por adultos de 20 a 29 anos que não estão com a caderneta de vacinação em dia, terão a oportunidade de se vacinarem até 30 de novembro, quando termina a campanha.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Escola Médica da Universidade Harvard (em inglês).

Acesse a notícia sobre a vacinação contra o sarampo na página do Ministério da Saúde.

Fonte: Stephanie Dutchen, da Escola Médica de Harvard, e Ministério da Saúde. Imagem: Ministério da Saúde.

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